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Associados do Montepio criticam gestão de Virgílio Lima e pedem ajuda ao Governo

Um grupo de associados da Associação Mutualista Montepio Geral alerta para os desequilíbrios no grupo e pede que, com a ajuda do Governo, se crie uma solução para resolver esta questão.

O Banco Montepio, liderado por Pedro         Leitão, registou uma descida dos lucros de 17% para 5,4 milhões de euros nos primeiros três meses do ano.
DR
10 de Novembro de 2020 às 17:50
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Os associados da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) criticam a atual gestão da dona do Banco Montepio e exigem que seja criada uma solução "urgente" para resolver os desequilíbrios no grupo. Esta terá, defendem, de ser criada em conjunto com o Governo. 

Foi esta terça-feira que um grupo de associados, entre os quais João Costa Pinto, Viriato Silva ou Eugénio Rosa, apresentou, em conferência de imprensa, por Zoom, uma declaração onde alerta para a necessidade de ser "urgente salvar o Montepio". 

"O que prentendemos com esta declaração é chamar a atenção para os seguintes aspetos: é grave a situação do Montepio, mas é reversível", afirmou Pedro Corte Real, um dos associados, na conferência, notando que a situação "não será reversível com este conselho de administração".

De acordo com João Costa Pinto, ex-vice-governador do Banco de Portugal e associado do Montepio, a gestão de Virgílio Lima, que veio substituir Tomás Correia na liderança, tem de "reconhecer os problemas e tirar daí consequências quanto à necessidade de não permitir que a situação atual se prolongue porque isso vai ter consequências negativas, nomeadamente no contexto de pandemia". 

De acordo com a declaração apresentada por este grupo, a "crise estrutural do Montepio Geral Associação Mutualista (MGAM) tornou-se ainda mais evidente com a publicação das Contas do Exercício de 2019 e as reservas expressas pelo Auditor PwC, tendo óbvias consequências de total descredibilização da liderança da mutualidade, afetando a reputação e a confiança dos associados na instituição". 

Além disso, a "crise económica e social decorrente de pandemia veio agravar ainda mais as ameaças à sustentabilidade da associação implicando, entre muitas outras consequências, sérias restrições ao funcionamento das agências bancárias, diminuindo a sua capacidade de ação junto dos associados, e um considerável aumento das dificuldades de recuperação dos negócios das participadas do MGAM de modo a reverter a enorme desvalorização destes ativos espelhada no balanço da instituição de 2019". 

Neste sentido, pedem a intervenção do Governo e a sua ajuda para se criar uma solução conjunta, já que, defendeu Mário Valadas, um dos associados, não é possível "construir esta solução isoladamente". 

"A conceção e implantação de soluções capazes de viabilizarem a Associação Mutualista e as suas participadas, em especial o Banco, exige, inevitavelmente, uma concertação muito estreita com o Governo da República, particularmente no domínio do suporte financeiro, só possível com a existência de relações de confiança fundadas no reconhecimento da competência e idoneidade dos gestores da instituição", pode ler-se na declaração. 

Os associados garantem ir começar já a preparar propostas concretas com o objetivo de, dizem, "contribuir para a criação de um plano de saneamento da situação financeira do Montepio e de construção da sua sustentabilidade económica e financeira, visando garantir as poupanças dos associados e os direitos dos trabalhadores". 
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