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Mutualista "repudia" iniciativa dos associados com "forte impacto na confiança"
O conselho de administração da dona do Banco Montepio afirma que a ação dos associados cria dúvidas em torno do grupo, o que "configura um ataque à [sua] estabilidade".
"O Conselho de Administração do Montepio Geral Associação Mutualista manifesta a sua estranheza e repúdio quanto à ação empreendida por um reduzido número de associados junto da comunicação social", começa por dizer a gestão numa nota enviada esta quarta-feira.
"Esta ação, executada em termos públicos e com forte impacto na confiança e reputação da marca Montepio, assenta em questões que não foram apresentadas em sede própria da Associação, nomeadamente na última Assembleia Geral de associados, onde os temas têm vindo a ser amplamente partilhados, discutidos e clarificados", continua.
Em causa está uma declaração, apresentada na terça-feira e assinada por alguns associados do Montepio, onde é criticada a atual gestão da dona do Banco Montepio e é exigido que seja criada uma solução "urgente" para o grupo. Esta terá, defendem, de ser criada em conjunto com o Governo.
"As dúvidas instaladas a respeito de temas aprovados pelos associados e acompanhados de perto pelas entidades de tutela e supervisão da Associação Mutualista e do Banco Montepio configuram um ataque à estabilidade deste grupo mutualista, além de uma estratégia de disputa de poder que tem sede e momento próprios para ter lugar", refere a mutualista.
Além disse, refere que o "momento apresenta dificuldades que são sistémicas" e que as "entidades do Grupo Montepio não são imunes, mas prosseguem numa gestão determinada e orientada à superação dos desafios, sem necessidade de quaisquer apoios públicos".
Fundo para malparado? Veículo está a ser criado no banco
Apesar de os associados terem defendido que a solução que pedem terá de ser desenhada com o apoio do Executivo, já deixaram em cima da mesa algumas ideias.
Foi o caso da criação de um fundo de garantia para as poupanças dos associados, bem como um veículo para "absorver" o crédito malparado do Banco Montepio. Uma ideia que, segundo a gestão liderada por Virgílio Lima, partiu do grupo e não dos associados que subscreveram a declaração onde alertam para a necessidade de ser "urgente salvar o Montepio".
"Considera-se igualmente estranho que as referências expressas em algumas declarações dos signatários quanto à constituição de um veículo para gestão de ativos improdutivos apontem para uma solução que, contrariamente ao afirmado, não consubstancia proposta gerada pelos próprios, mas antes um projeto em construção no seio do Grupo Montepio, pelos respetivos órgãos de gestão, e que foi partilhado na última reunião de Conselho Geral desta Instituição. E não são apresentadas outras soluções", remata.