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António Domingues vai receber salário superior a 30 mil euros por mês na CGD

Mário Centeno divulgou dados sobre salários da nova equipa de gestão da Caixa. O ministro das Finanças garante que custo total dos salários é inferior ao que resultaria da aplicação da lei anterior, que o Governo de Costa mudou.

Bruno Simão/Negócios
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O ministro das Finanças revelou esta terça-feira, 18 de Outubro, que o presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai receber um salário anual que corresponde a 423 mil euros por ano, o que equivale a um valor ligeiramente acima de 30 mil euros por mês (14 meses).  

A revelação de Mário Centeno foi feita no Parlamento onde está a responder aos deputados do PSD que pediram esclarecimentos sobre o banco público e a execução orçamental. 

O ministro, que se referiu sempre a dados anuais, acrescentou que os vogais executivos terão um salário anual igual a 337 mil euros, o que corresponde a 28 mil euros/mês. Já os vogais não executivos vão receber 49 mil euros por ano, um valor que o ministro disse ser "um pouco mais baixo do que a mediana". 

Os salários pagos à nova equipa de gestão da Caixa estão na "mediana do sector em Portugal", disse Centeno, lembrando que o Governo sempre defendeu que os salários da nova equipa da Caixa "não iriam nem inflacionar o mercado nem estar fora do [valor de] mercado". 
 

O ministro das Finanças respondia a questões sobre a Caixa Geral de Depósitos colocadas pelo deputado do PSD, Duarte Pacheco. Os sociais-democratas centraram as questões da Caixa em dois aspectos: a política remuneratória da nova administração, que ainda não era conhecida, e a auditoria à Caixa que foi aprovada pelo Governo em Junho. 

Mário Centeno garantiu que apesar das novas regras de política remuneratória para o banco público, que acabou com um limite aos salários, "o custo total [que resultaria da aplicação da regra anterior] seria superior àquele que é neste momento".  


O deputado do PSD António Leitão Amaro perguntou se a média do sector foi calculada tendo por base os salários praticados nos bancos onde houve intervenção pública ou se teve em conta todos os bancos. Na resposta, Mário Centeno revelou que as contas tiveram por base "os principais bancos portugueses e foi esse o universo que foi utilizado". 

 
Auditoria à gestão da Caixa desde 2000 adiada para "momento oportuno"

Outra das questões que o PSD quis esclarecer prende-se com a auditoria aprovada em Junho pelo Governo sobre a gestão da Caixa desde 2000. O ministro das Finanças referiu que a nova administração, liderada por António Domingues, está agora "concentrada" na recapitalização do banco público, que o Governo quer fazer até ao final deste ano, e afirmou que a auditoria que ficou prevista em Junho será feita "em momento oportuno". Ou seja, fica adiada para depois do aumento de capital. 

A 23 de Junho, o Governo decidiu pedir uma auditoria à CGD para conter a "perturbação" que existe em torno do banco público. O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças, no final da reunião do Conselho de Ministros, e abrange os actos praticados pelas várias equipas de gestão da Caixa depois de 2000.

Este horizonte temporal coincide com a imposição feita pelo PSD e CDS para a criação comissão de inquérito à gestão da Caixa e ao processo de recapitalização em curso. 

(Notícia actualizada às 16:22 com mais informação)

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