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António Simões sai do HSBC. Gestor português chegou a ser apontado à liderança

António Simões, que chegou a ser apontado à liderança do HSBC, está de saída do banco britânico no âmbito da reestruturação radical que foi anunciada esta semana. Estava no banco há quase 13 anos.

Bruno Simão/Negócios
20 de Fevereiro de 2020 às 12:08
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O gestor português António Simões, que liderava o segmento de banca privada mundial do HSBC, vai sair do banco britânico no âmbito da reestruturação que foi anunciada no início desta semana.

No passado recente, o banqueiro português foi dado mais do que uma vez como candidato à liderança do HSBC, a par de António Horta Osório (Lloyds), e tinha sido elogiado pelo banco quando foi promovido em 2018. O cargo de CEO acabou por ir para Barry O'Byrne de forma interina desde agosto do ano passado. 

Segundo o Financial Times, numa notícia de 18 de fevereiro, a saída de António Simões é a "baixa" com maior importância na estrutura do banco que resultou da reestruturação, a qual prevê a saída de 35 mil trabalhadores para reduzir custos. Não são conhecidas as circunstâncias da sua saída nem as razões. 

O objetivo do banco britânico é reduzir os postos de trabalho para os 200 mil a nível mundial até 2023. A banca de investimento na Europa e nos EUA deverá ser a mais afetada ao passo que a banca de retalho deverá crescer, assim como as operações na Ásia, região onde o banco colhe os maiores lucros.

A saída não é imediata dado que existirá um período de transição. De acordo com um comunicado do HSBC, que é citado pelo Expresso esta quinta-feira, 20 de fevereiro, "fruto da combinação dos dois negócios, António Simões decidiu deixar o cargo de CEO do segmento da banca privada mundial e vai sair do HSBC depois de um período de transição". Nos próximos meses, o gestor português "vai ajudar a desenhar a estrutura e o modelo de operação". 

Simões estava no banco há quase 13 anos
António Simões - que foi um dos portugueses que esteve presente na edição deste ano de Davos - estava no banco com sede em Londres desde setembro de 2007, tendo mudado de funções e subido na organização ao longo dos anos. 

Em 2018, quando foi promovido, o então CEO do HSBC, John Flint, elogiou o português: "Temos, no António, alguém que, de modo consistente, tem demonstrado um pensamento estratégico e a capacidade para fortalecer a relação com os clientes".

Em 2015, chegou à presidência executiva do HSBC na Europa e do negócio do Reino Unido, tendo sido promovido em 2018 a líder mundial da banca privada - serviços de banca especializada a clientes com maiores rendimentos - do HSBC. Esta é a unidade mais pequena do universo do banco.

Foi o melhor aluno do seu curso da Universidade Nova, fez um MBA na Columbia University, trabalhou na McKinsey e na Goldman Sachs em Londres, tal como descrevia o Weekend, o suplemento de fim de semana do Negócios, numa entrevista publicada em 2015.

"Precisamos de líderes autênticos que liderem de forma autêntica, com pessoas que os queiram seguir. Isso é uma grande parte da minha marca de autenticidade. Toda a gente já se sentiu em algum momento um outsider. Não é uma questão de maiorias ou de minorias", disse na entrevista o banqueiro português que assumiu publicamente a sua homossexualidade.

(Notícia atualizada às 15h35 com a informação de que a saída não é imediata, existindo um período de transição)
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