Notícia
Alterações climáticas "trazem mais pressão" para a banca
Os líderes dos maiores bancos a operar em Portugal reconhecem que o nível de incerteza atual é elevado, mas garantem que as instituições financeiras nacionais estão preparadas para cenários adversos.
Os impactos económicos da pandemia ainda não se dissiparam, mas a banca já enfrenta novos desafios, que têm até sido acelerados nos últimos tempos. Em particular, a transformação económica necessária para dar resposta às alterações climáticas, um fenómeno que traz "mais pressão" para a banca. Esta a convicção dos líderes dos maiores bancos a operar em Portugal, que reconhecem que o nível de incerteza atual é elevado, mas garantem que as instituições financeiras nacionais estão preparadas para cenários adversos.
Os presidentes da Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI, Novo Banco e Santander falavam na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios, que decorre esta quinta-feira, 18 de novembro.
Questionados sobre o papel da banca na resposta aos desafios ambientais, os banqueiros são unânimes em afirmar que o setor terá um papel determinante neste tema, mas alerta para o impacto que o mesmo poderá ter sobre os seus balanços.
"As alterações climáticas trazem ainda mais pressão para o setor financeiro e fazem-no numa envolvente muito transformacional. Ainda estamos todos com máscara e já estamos a falar de novos desafios. E, nesta questão, que terá um grande impacto, nem temos bem a certeza de qual é o caminho que vamos seguir. Há incerteza sobre como vamos operar", começou por dizer João Pedro Oliveira e Costa, presidente do BPI.
Os bancos dizem, ainda assim, estar preparados para essa incerteza. "Enquanto gestores bancários, estamos sempre preparados para lidar com cenários de muita incerteza", referiu Miguel Maya, presidente do BCP. "A banca tem sempre esta capacidade de antecipar o futuro e de reduzir as incertezas. Na banca não gostamos de surpresas, nem das positivas, mas vivemos num mundo em que conseguimos mitigar essas incertezas", reforçou António Ramalho, presidente do Novo Banco.
Ao mesmo tempo, e apesar das incógnitas, há um conjunto de certezas que permitem aos bancos ter confiança para responder aos desafios futuros.
Isso mesmo defende Paulo Macedo, presidente da CGD. "A banca tem hoje o dobro do capital que tinha há dez anos. Para o dobro do capital que tinha, tem menos crédito, porque as empresas e as famílias desalavancaram-se, enquanto o Estado se endividou. O custo do dinheiro é quatro vezes menor do que na anterior crise. E, em termos de taxas de juro, não há certezas absolutas, mas há uma perspetiva de subida das taxas a dois anos. As taxas subirão, certamente, com estes níveis de inflação", afirmou.
O que a banca tem de fazer, acrescentou, "é gerir as variáveis que pode", ou seja, os custos de estrutura. "A banca tem de ter menores custos de estrutura para fazer face a uma realidade mais dura", apontou.
Quanto ao futuro, defendeu por seu lado Pedro Castro Almeida, presidente do Santander em Portugal, importa estabelecer objetivos que possam alcançar-se num tempo útil. "Temos de ter uma ambição grande de futuro, de preferência para datas em que estamos vivos. Os objetivos para 2050 valem o que valem. Tudo isto é feito de milhares de pequenos passos e medidas, mas essas têm de ter visibilidade", frisou.
Os presidentes da Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI, Novo Banco e Santander falavam na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios, que decorre esta quinta-feira, 18 de novembro.
"As alterações climáticas trazem ainda mais pressão para o setor financeiro e fazem-no numa envolvente muito transformacional. Ainda estamos todos com máscara e já estamos a falar de novos desafios. E, nesta questão, que terá um grande impacto, nem temos bem a certeza de qual é o caminho que vamos seguir. Há incerteza sobre como vamos operar", começou por dizer João Pedro Oliveira e Costa, presidente do BPI.
Os bancos dizem, ainda assim, estar preparados para essa incerteza. "Enquanto gestores bancários, estamos sempre preparados para lidar com cenários de muita incerteza", referiu Miguel Maya, presidente do BCP. "A banca tem sempre esta capacidade de antecipar o futuro e de reduzir as incertezas. Na banca não gostamos de surpresas, nem das positivas, mas vivemos num mundo em que conseguimos mitigar essas incertezas", reforçou António Ramalho, presidente do Novo Banco.
Ao mesmo tempo, e apesar das incógnitas, há um conjunto de certezas que permitem aos bancos ter confiança para responder aos desafios futuros.
Isso mesmo defende Paulo Macedo, presidente da CGD. "A banca tem hoje o dobro do capital que tinha há dez anos. Para o dobro do capital que tinha, tem menos crédito, porque as empresas e as famílias desalavancaram-se, enquanto o Estado se endividou. O custo do dinheiro é quatro vezes menor do que na anterior crise. E, em termos de taxas de juro, não há certezas absolutas, mas há uma perspetiva de subida das taxas a dois anos. As taxas subirão, certamente, com estes níveis de inflação", afirmou.
O que a banca tem de fazer, acrescentou, "é gerir as variáveis que pode", ou seja, os custos de estrutura. "A banca tem de ter menores custos de estrutura para fazer face a uma realidade mais dura", apontou.
Quanto ao futuro, defendeu por seu lado Pedro Castro Almeida, presidente do Santander em Portugal, importa estabelecer objetivos que possam alcançar-se num tempo útil. "Temos de ter uma ambição grande de futuro, de preferência para datas em que estamos vivos. Os objetivos para 2050 valem o que valem. Tudo isto é feito de milhares de pequenos passos e medidas, mas essas têm de ter visibilidade", frisou.