Notícia
Centeno avisa que digitalização "pode induzir bancos a assumir maior risco de crédito"
Numa altura em que os bancos fazem investimentos significativos para acompanhar a transição digital, Centeno alerta para o risco de a banca assumir maior risco de crédito, na tentativa de obter maior rendibilidade.
A digitalização do setor financeiro pode levar os bancos a assumir mais risco de crédito, numa tentativa de obter uma maior rendibilidade e compensar o investimento significativo que têm de fazer para acompanhar este processo. A ideia é transmitida pelo governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, que lembra que este cenário "não pode ser descurado" e alerta ainda para os riscos das "big tech", que não são abrangidas pelos reguladores.
O governador falava na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios, que decorre esta quinta-feira, 18 de novembro. Na intervenção de abertura da conferência, Mário Centeno começou por frisar que a banca portuguesa está hoje "mais resiliente, mais eficiente, com melhor qualidade de ativos e com rácios de capitais estáveis". Contudo, ressalva, "subsistem fragilidades".
E a digitalização dos serviços bancários, considera, vem expô-las. "A transição digital começou no início da década passada e tem subjacente uma mudança de paradigma assente no modelo de negócio. Nos últimos dois anos, os bancos portugueses realizaram um investimento significativo nesta transição. Aumentaram a velocidade da prestação de serviços financeiros e reduziram custos", reconheceu o governador.
Mas salientou: "Neste processo, também podem ser induzidos a assumir mais risco de crédito, para aumentar a rendibilidade e permanecer competitivos, o que não pode ser descurado".
Ao mesmo tempo, sublinhou ainda, há novos operadores no setor que ainda atuam de forma desregulada e que trazem riscos para o lado do consumidor. "O futuro passa pela tecnologia, mas não podemos esquecer que as 'big tech' estão fora do perímetro regulatório. A recolha de dados dos seus clientes, por exemplo, é um percurso que precisa de ser monitorizado", afirmou.
Outro dos desafios trazidos pela digitalização está relacionado com a cibersegurança. "Muitos bancos recorrem a um mesmo fornecedor de segurança cibernética. Nesse contexto, um ataque cibernético a um único fornecedor pode representar um risco de natureza sistémica. O risco cibernético é relevante no desenho de medidas prudenciais", disse Centeno.
O governador falava na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios, que decorre esta quinta-feira, 18 de novembro. Na intervenção de abertura da conferência, Mário Centeno começou por frisar que a banca portuguesa está hoje "mais resiliente, mais eficiente, com melhor qualidade de ativos e com rácios de capitais estáveis". Contudo, ressalva, "subsistem fragilidades".
Mas salientou: "Neste processo, também podem ser induzidos a assumir mais risco de crédito, para aumentar a rendibilidade e permanecer competitivos, o que não pode ser descurado".
Ao mesmo tempo, sublinhou ainda, há novos operadores no setor que ainda atuam de forma desregulada e que trazem riscos para o lado do consumidor. "O futuro passa pela tecnologia, mas não podemos esquecer que as 'big tech' estão fora do perímetro regulatório. A recolha de dados dos seus clientes, por exemplo, é um percurso que precisa de ser monitorizado", afirmou.
Outro dos desafios trazidos pela digitalização está relacionado com a cibersegurança. "Muitos bancos recorrem a um mesmo fornecedor de segurança cibernética. Nesse contexto, um ataque cibernético a um único fornecedor pode representar um risco de natureza sistémica. O risco cibernético é relevante no desenho de medidas prudenciais", disse Centeno.