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Alberto João Jardim: Situação criada com renúncia de Vitor Bento "cheira a instabilidade"

O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, disse no domingo que a situação criada com a renúncia da equipa de gestão de Vítor Bento do Novo Banco "cheira" a "instabilidade" e "caiu muito mal no mundo financeiro internacional".

15 de Setembro de 2014 às 07:36
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Manifestando-se como "um não expert na matéria" e baseando-se no que lera na comunicação social, Alberto João Jardim comentou, à chegada à Madeira vindo de Itália onde participou em reuniões do Comité das Regiões, que "o que a comunicação social portuguesa hoje [domingo] dizia era que não estão em causa os depósitos, nem o banco".

 

"Foi escolhida uma meta de venda rápida do Banco para realizar o capital que teve de ser investido para safar o Banco e a administração que saiu tinha outra estratégia que era ir, calmamente, fazer o Banco recuperar e, então, a médio ou longo prazo, ponha o Banco a ser cotado na Bolsa", afirmou.

 

Alberto João Jardim considerou serem "duas estratégias diferentes. Agora, não se pode é andar nisto".

 

"Mas, tudo isto, cheira-me a uma completa instabilidade no sentido que envolve o Banco de Portugal e o Governo e as coisas não podem ser assim porque quem está de fora, os meios financeiros internacionais, olha para isto e começa a pensar que isto, em Portugal, vai um completo desatino e transtorno".

 

"Isto caiu muito mal no mundo financeiro internacional, agora vamos ver se isto acerta de vez".

 

A equipa de gestão do Novo Banco liderada por Vítor Bento confirmou domingo, em comunicado, que durante a semana apresentou ao Fundo de Resolução e ao Banco de Portugal a intenção de renunciar aos cargos desempenhados na administração da entidade.

 

"Em face da especulação mediática sobre o assunto, confirmamos que durante esta semana comunicámos ao Fundo de Resolução e ao Banco de Portugal a intenção de renunciar aos cargos desempenhados na administração do Novo Banco, dando tempo para que pudesse ser preparada uma substituição tranquila", lê-se no documento assinado pelos três administradores demissionários.

 

"Gostaríamos de salientar que não saímos em conflito com ninguém, mas apenas porque as circunstâncias alteraram profundamente a natureza do desafio com base no qual aceitáramos esta missão em meados de Julho", sublinham os responsáveis.

 

No dia 3 de Agosto, o BdP tomou o controlo do Banco Espírito Santo (BES), depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.

 

No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas.

 

No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os activos e passivos considerados não problemáticos.

 

O Banco de Portugal confirmou domingo em comunicado que Eduardo Stock da Cunha foi o escolhido para suceder a Vítor Bento na liderança do Novo Banco, depois de o último ter pedido para deixar o cargo na semana passada.

 

"O Fundo de Resolução e o Banco de Portugal convidaram para assumir a presidência do Conselho de Administração do Novo Banco o dr. Eduardo Stock da Cunha, que está mandatado para formar e liderar uma experiente equipa motivada para o projecto de desenvolvimento e criação de valor para o banco", lê-se no documento hoje divulgado pelo supervisor.

 

A nova equipa de gestão do banco de transição que resultou da cisão do Banco Espírito Santo (BES) inclui ainda Jorge Freire Cardoso (administrador financeiro), Vítor Fernandes e José João Guilherme.

 

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