O BBVA terá decidido retomar os planos de venda da unidade em Portugal, avança o jornal espanhol ABC, que recorda que esta decisão tinha sido tomada em Março do ano passado, mas que tinha ficado em "stand by" depois da resolução do Banco Espírito Santo (BES).

Contudo, a intensão foi agora retomada devido à conjuntura e ao interesse de fundos de investimento e empresas chinesas. O ABC fala do interesse do fundo americano Apollo e das chinesas Anbang e Fosun, precisamente as três entidades que negociaram a compra do Novo Banco. Recorde-se que o próprio BBVA Portugal esteve na corrida à compra dos activos "bons" provenientes do BES, antes de se auto-excluir.

O ABC adianta que a decisão de se desfazer dos activos em Portugal foi retomada em Julho, altura em que o banco deixou de conceder crédito hipotecário. Tal como o Negócios noticiou na altura, o banco deixou definitivamente de conceder crédito a particulares, tanto para a compra de casa como para consumo. Só financia imóveis que tem em carteira.

Também este ano, o banco espanhol decidiu mudar de presidente, tendo substituído Alberto Charro por Luís Castro e Almeida, uma alteração que ocorreu em Junho e que foi realizada meses depois do despedimento colectivo que teve lugar no BBVA Portugal, e que levou ao despedimento de 148 funcionários, tendo trocado 29 trabalhadores de função.

Antes destas transformações, o BBVA Portugal assumiu uma nova estratégia, virada para a aposta no digital, de forma a reduzir os custos existentes com a estrutura física - a intenção era fechar 43 das 81 agências. 

Esta notícia surge numa altura em que decorrem as negociações para a venda do Novo Banco, em que a Fosun é o candidato que está em negociações exclusivas, depois de a Anbang ter falhado a compra do banco.

Na semana passada foi também noticiado que o Barclays Portugal foi comprado pelo Bankinter por 100 milhões de euros.