O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, teria conhecimento da situação do BES em Julho de 2013 segundo uma carta enviada pelo responsável a Ricardo Salgado, ex-líder do banco, a que o Correio da Manhã teve acesso.

A missiva, enviada a 25 de Julho de 2013, traçava o raio-x dos problemas do banco e a sua exposição ao Grupo Espírito Santo (GES).

Num dos excertos publicado esta terça-feira no mesmo jornal Carlos Costa referia que "o grupo ESFG apresenta um perfil de risco material, particularmente influenciado pela complexidade do grupo e pela continuada deterioração da qualidade da carteira de crédito".

Na mesma carta o governador terá ainda avisado Ricardo Salgado que "a estrutura de participações financeiras da ESFG apresentava um nível de complexidade excessivo" e que a localização no Luxemburgo do grupo ESFG colocava "dificuldades em caso de eventual necessidade de adopção de medidas de resolução".

Contactado pelo Correio da Manhã o Banco de Portugal explica que o âmbito desta missiva para o ESFG" foi semelhante ao das cartas enviadas para outros grupos financeiros " e sublinha que "exigiu ao ESFG a adopção de medidas de reforço de capital para fazer face ao risco reputacional".