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Fusão confirmada: ações da Fiat disparam mais de 10% mas PSA cai quase 13%
O novo gigante do mundo automóvel está prestes a oficializar-se. A Fiat e a Peugeot anunciaram que estão a finalizar os detalhes de uma fusão, a acontecer nas próximas semanas.
Os fabricantes automóveis PSA Group e Fiat Chrysler já anunciaram a fusão entre as duas empresas. Esta junção começa, contudo, com ambas a moverem-se em direções opostas em bolsa: enquanto a italiana valoriza mais de 10%, a francesa cai quase 13%.
Num comunicado conjunto, as empresas dizem que os respetivos conselhos de administração "concordaram trabalhar no sentido de uma combinação total dos respetivos negócios" e que as respetivas equipas estão a "finalizar as discussões para obter um memorando de entendimento vinculativo nas próximas semanas".
O presente acordo prevê que as administrações passem, cada uma, a ter direitos sobre 50% do capital. O conselho de administração da nova empresa combinada será composto por 11 membros, cinco nomeados pela Fiat e outros cinco pelo grupo PSA. John Elkann, da parte da Fiat, assume as funções de chairman. O CEO será, "por um período de cinco anos", o português Carlos Tavares, que prevê um "futuro brilhante para a entidade combinada", lê-se no comunicado.
As empresas querem tornar-se o quarto maior fabricante a nível mundial, com receitas combinadas de 170 mil milhões de euros e lucros operacionais de 11 mil milhões de euros, números que se baseiam nos resultados de 2018. As vendas projetadas de 8,7 milhões de veículos ficam apenas atrás da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, da Toyota e da Volkswagen.
Ambas as fabricantes antecipam que 80% das sinergias sejam atingidas em quatro anos. O comunicado aponta ainda que a PSA planeia distribuir pelos acionistas a participação de 46% que detém na Faurecia. Esta fabricante tem uma forte presença em Portugal, contando com unidades em Bragança, Vouzela, Nelas, São João da Madeira e Palmela.
Confirma-se ainda que a Fiat vai distribuir um dividendo extraordinário de cinco mil milhões de euros antes da fusão. No que toca à presença em bolsa, a empresa pretende cotar em Paris, Milão e Nova Iorque. O valor de mercado rondará os 45 mil milhões de euros.
A sede social do novo grupo será localizada na Holanda mas a empresa promete manter a presença relevante em França, Itália e Estados Unidos.
Em bolsa, as empresas movem-se em sentidos diferentes. As ações da Fiat reagem em alta, tendo a fabricante chegado a valorizar 10,71% para os 14,24 euros, um máximo de 3 de maio. Já a Peugeot desliza depois de três sessões a subir e de ontem ter atingido um máximo de mais de dez anos - junho de 2008 - na sequência de uma subida acima de 8%. Esta sexta-feira as ações descem 12,59% para os 22,77 euros.