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Fornecedora da Autoeuropa avança com despedimento colectivo
A Webasto irá despedir 90 dos seus funcionários. O fim do do modelo Eos – o único para onde a empresa fornecia componentes – dita a decisão. O futuro dos trabalhadores poderá passar por integração em outras unidades do parque industrial de Palmela.
A Webasto, fornecedora da Volkswagen Autoeuropa, vai avançar com um despedimento colectivo de 90 pessoas. A informação é confirmada ao Negócios pelo representante da comissão de trabalhadores, João Galvão. Para já, o encerramento da fábrica é um cenário que descarta.
Em causa está o fim da produção do descapotável Eos em Julho. A Webasto produzia unicamente os tectos para este modelo automóvel. A empresa ainda tentou negociar com a alemã Volkswagen a produção de componentes para um novo modelo, mas as negociações não terão sido bem-sucedidas.
Tendo em conta a quebra das vendas e a decisão da Volkswagen de suspender a produção do Eos, o cenário de despedimento colectivo "já era esperado" na Webasto. A medida foi já confirmada aos trabalhadores pela própria administração.
Falta apenas a confirmação da Volkswagen Autoeuropa de que a produção irá parar efectivamente em Julho. O despedimento vai afectar 90 dos 106 trabalhadores da empresa de componentes automóveis. "Depois de nove anos de produção e mais de 230 mil unidades comercializadas, o ciclo de vida do Volkswagen Eos, modelo produzido unicamente na Volkswagen Autoeuropa, chega este ano ao fim. Durante o corrente ano, o modelo será descontinuado de forma gradual para todos os mercados em que é comercializado", responde a Autoeuropa ao contacto do Negócios.
Há sinais de esperança quanto ao futuro de alguns destes trabalhadores, com a sua eventual integração noutras unidades do parque industrial de Palmela. "Normalmente, quando há um despedimento colectivo, é isso que se faz", explica João Galvão. Para dar esse passo, os trabalhadores deverão frequentar a academia de formação ATEC.
A notícia chega depois do fim-de-semana em que se comemoraram os 20 anos da Volkswagen Autoeuropa. O novo modelo – resultante de um investimento de 677 milhões de euros numa plataforma produtiva – só deverá chegar em 2017. A intenção é de que se possa duplicar a produção anual para as 200 mil viaturas e criar dois mil novos postos de trabalho até 2019.
Contactada pelo Negócios, a Webasto confirma que deu início ao processo de despedimento colectivo na passada sexta-feira, 24 de Abril.
"Os contratos de trabalhos da maioria dos trabalhadores cessarão quando terminar a produção do Volkswagen Eos, sendo este facto esperado para Julho. Alguns trabalhadores permanecerão por mais algum tempo para preparar e concluir a paragem efectiva da produção", explicou o director Luís Marreiros.
O responsável recorda que a Webasto "começou há já algum tempo a oferecer propostas de trabalho aos trabalhadores em outras fábricas a nível mundial", tendo mais de duas dezenas aceitado essa solução. Em complemento, está também em vigor a colaboração com a ATEC para dotar os trabalhadores de novas competências para um emprego fora da Webasto.
"A Webasto permanecerá em Portugal como um parceiro de negócios do grupo. A empresa de Palmela providenciará serviços qualificados em Tecnologias de Informação (TI) para todo o grupo Webasto. Actualmente conta com uma equipa de cerca de 15 trabalhadores especialistas em serviços informáticos", reforçou.
(Notícia actualizada às 16:45 com a posição da Webasto e às 18:05 com a posição da Volkswagen Autoeuropa)