Notícia
Automóveis: ACAP agradada com Governo sobre imposto mas cautelosa para Setembro
O despacho do secretário de Estados dos Assuntos Fiscais determinando que a Autoridade Tributária (AT) assegure a neutralidade fiscal da adopção do novo sistema de medição de emissões poluentes agradou à ACAP. Mas a aplicação em Setembro levanta algumas questões à Associação Automóvel de Portugal.
A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) mostrou-se satisfeita esta sexta-feira com o despacho do secretário de Estados dos Assuntos Fiscais determinando que a Autoridade Tributária (AT) assegure a neutralidade fiscal da adopção do novo sistema de medição de emissões poluentes. No entanto, a sua aplicação a partir de 1 de Setembro é vista com "alguma cautela".
A decisão do governante instruindo a AT para que garanta a neutralidade fiscal a partir de 1 de Janeiro de 2019 em sede de Imposto sobre Veículos (ISV) e Imposto Único de Circulação (IUC) mediante o ajustamento das tabelas destes impostos consta de um despacho interno datado de 1 de Agosto a que o Negócios teve acesso.
Já quanto ao período de transição, entre 1 de Setembro e 31 de Dezembro deste ano, para o qual o despacho indica também a intenção de que não seja sentido um impacto ao nível fiscal e, consequentemente, no preço dos automóveis, Helder Pedro mostra-se menos entusiasta.
"Vemos com alguma cautela o despacho no que se refere ao período de transição. Embora seja um princípio positivo, aparenta ter muitas restrições e teremos de ver como decorre a sua aplicação", indicou.
A entrada em vigor, a 1 de Janeiro de 2019, do protocolo Worldwide Harmonized Light Vehicles Test Procedure (WLTP), que eleva, em média, o valor medido das emissões de dióxido de carbono (CO2) em 20 a 30%, iria agravar significativamente o valor a pagar em ISV, uma vez que a componente ambiental tem um forte peso neste imposto. Acresce que o IVA sobre a venda de automóveis inclui na base de incidência o valor do ISV.
A situação preocupava o sector automóvel, que temia uma forte subida nos preços e consequente quebra nas vendas.
Entre 1 de Setembro e 31 de Dezembro iria vigorar um regime transitório, conhecido por New European Driving Cycle (NEDC) 2 ou NEDC correlacionado, que, em média eleva os valores medidos das emissões em 10 a 11%. Caso não fosse feita qualquer alteração, os preços dos automóveis ligeiros iriam subir, segundo estimativas do sector, entre dois a três mil euros.
Aquando da adopção do WLTP, a Comissão Europeia recomendava aos Estados-membros que tomassem medidas por forma a assegurar a neutralidade fiscal, não penalizando os consumidores.