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Autoeuropa: PCP considera “natural” que os trabalhadores tomem posição sobre horários

O Partido Comunista emitiu um comunicado onde refere que é “natural que os trabalhadores tomem posição” sobre os horários que a administração quer aplicar e que passam pelo trabalho ao sábado. A Autoeuropa está hoje em greve.

Miguel Baltazar/Negócios
30 de Agosto de 2017 às 12:30
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O Partido Comunista Português (PCP) emitiu um comunicado onde manifesta solidariedade com os trabalhadores da Autoeuropa, que realizam esta quarta-feira, 30 de Agosto, a primeira greve na empresa (excluindo greves gerais).


O partido liderado por Jerónimo Martins (na foto) refere que "os trabalhadores da Autoeuropa sempre defenderam os seus interesses, e em diversos processos de negociação verificados ao longo dos anos, recorreram a tomadas de posição e formas de luta que travaram ou fizeram recuar medidas que sentiam atingir os seus direitos".

Os trabalhadores da Autoeuropa querem que a administração recue na sua intenção de tornar obrigatório o trabalho ao sábado. O dia de trabalho ao sábado, previsto a partir do início de 2018, vai servir para aumentar a produção devido ao novo modelo da fábrica da Volkswagen: o SUV T-Roc.

O PCP defende que "mais uma vez essa intervenção se verifica perante uma proposta de alteração dos horários de trabalho, questão particularmente sensível, uma vez que afecta a possibilidade de os trabalhadores continuarem a ter direito ao fim-de-semana, dificultando a organização da sua vida pessoal e familiar".

"A proposta da administração não garante o sábado como dia de descanso e apenas permite que um trabalhador tenha um fim-de-semana seguido de seis em seis semanas. Na Autoeuropa o trabalho efectuado aos sábados, domingos e feriados foi sempre considerado como trabalho extraordinário e pago como tal. É por isso natural que os trabalhadores tomem posição sobre esta questão e defendam os seus direitos", pode ler-se no comunicado.


A declaração do PCP, emitida a "pedido de vários órgãos de comunicação social sobre a luta dos trabalhadores da Autoeuropa", surge depois de Torres Couto, ex-secretário-geral da UGT, ter defendido, em declarações à TSF, que é "extremamente preocupante e grave" a paralisação da Autoeuropa. E que a convocação da greve se trata de uma guerra política para a CGTP ganhar espaço negocial com o Governo.


"Eu felicito a CGTP e o seu coordenador, o Arménio Carlos, por esta vitória. Mas tenho que lembrar a CGTP que esta vitória poderá ser uma tremenda vitória de Pirro," afirmou Torres Couto aos microfones da TSF. "É uma tentativa da CGTP – e através dela o PCP – ganharem espaço negocial com o Governo, com o PS mas também com o BE (…). A partir da agora o PC tomou as rédeas dessa empresa," afirmou.


António Chora, ligado ao Bloco de Esquerda, foi líder da comissão de trabalhadores (CT) da Autoeuropa durante 20 anos. Ao Negócios, disse que estava "espantado" com a conflito laboral na fábrica da Volkswagen em Portugal.

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