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Pires de Lima espera que "bom senso" e "sentido de responsabilidade" imperem na Autoeuropa

O antigo ministro da Economia António Pires de Lima disse hoje à Lusa esperar que o "bom senso e sentido de responsabilidade" imperem na Autoeuropa e recordou "o esforço" feito para trazer a produção do novo modelo para Portugal.

Miguel Baltazar/Negócios
30 de Agosto de 2017 às 16:58
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Os trabalhadores da Autoeuropa (do grupo alemão Volkswagen) iniciaram hoje de manhã o segundo turno de greve contra o trabalho obrigatório aos sábados que teve início às 23:30 de terça-feira e termina às 00:00 de quinta-feira.

"Todos sabem o esforço que foi feito" para trazer a produção do novo veículo T-Roc para a unidade de Palmela, que é "a única fábrica do mundo" a produzir este modelo, salientou António Pires de Lima, que esteve envolvido nas negociações enquanto ministro da Economia no governo do PSD/CDS-PP.

Recordou que foi um "longo trabalho" de reuniões entre o ministério da Economia, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e o grupo Volkswagen durante o período de assistência financeira portuguesa, que culminou em 2014 na decisão em produzir o novo modelo na fábrica de Palmela.

"Tenho a esperança que os representantes dos trabalhadores e a administração consigam chegar a uma conclusão rapidamente porque a laboração no seu máximo é importante para o país", salientou.

"Espero que o bom senso e o sentido de responsabilidade se imponham e apelo às duas partes para que se sentem à mesa e encontrem uma solução", concluiu o antigo governante.

Contactada pela Lusa, fonte oficial disse que o "Ministério da Economia [tutelado por Manuel Caldeira Cabral] está a acompanhar a situação na Autoeuropa e espera que haja acordo entre ambas as partes", isto é, entre os trabalhadores e a administração da empresa.

Os trabalhadores da Autoeuropa cumprem hoje uma greve histórica, a primeira por razões laborais na fábrica de automóveis de Palmela, mas acreditam que ainda é possível um acordo com a administração da empresa.

O trabalho aos sábados, que está previsto nos novos horários de 18 turnos por semana, considerados fundamentais para atingir os níveis de produção previstos para o novo veículo T-Roc, está na origem do conflito laboral, com os trabalhadores a considerarem insuficientes as contrapartidas dada pela empresa.

Os trabalhadores alegam que, além do transtorno que a obrigatoriedade do trabalho ao sábado iria provocar nas suas vidas, a compensação financeira atribuída pela empresa também é muito inferior ao que iriam receber pelo trabalho extraordinário aos sábados.

Apesar da greve de hoje, que obrigou a uma paragem da produção, a administração da Autoeuropa só deve retomar o processo negocial após a realização das eleições para a nova Comissão de Trabalhadores, marcadas para 3 de Outubro, seguindo a tradição de privilegiar as negociações com os representantes eleitos pelos trabalhadores.
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