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Catarina Martins diz ser essencial conciliar trabalho com vida pessoal na Autoeuropa

A coordenadora do BE, Catarina Martins, disse hoje acreditar que vai ser possível chegar a um acordo na Autoeuropa, sublinhando que a conciliação do trabalho com a vida pessoal dos trabalhadores "é uma questão essencial".  

Miguel Baltazar
31 de Agosto de 2017 às 00:00
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"Tinha dito que a posição da administração de não negociar não cumpria a tradição da Autoeuropa. Os trabalhadores quando fazem greve nunca é de ânimo eleve, é o último recurso utilizado quando é necessário, e os votos que faço é que se alcance uma boa solução", disse Catarina Martins.

 

A coordenadora do BE, que esteve presente num comício em Almada, lembrou que a "conciliação da vida pessoal não é coisa pouca e é essencial para todos nós".

 

"Foi um dia de greve pelo direito à vida familiar. Esta reivindicação é essencial, não é coisa pouca, e a produção não pode varrer os direitos dos trabalhadores", defendeu, manifestando solidariedade com os trabalhadores da Autoeuropa.

 

Catarina Martins considerou, ainda, que a Autoeuropa é um exemplo do ponto de vista democrático, salientando que é um caso raro no país.

 

"A Autoeuropa é um exemplo de democracia, onde os trabalhadores escolhem, e isso é muito importante. É raro os trabalhadores serem chamados a votar sobre o que pensam dos acordos e isto deve ser preservado e alargado a outras empresas", frisou.

 

Catarina Martins defendeu, ainda, que as "ameaças não são o caminho para encontrar soluções".

 

"Tem de se deixar a ameaça de deslocalização de lado, porque não tem sentido, e discutir como se aumenta a produção e se aumenta os postos de trabalho, mas conciliado com a vida pessoal dos trabalhadores", disse.

 

António Chora, numa entrevista publicada na edição de hoje do Negócios, acusou o PCP de estar por detrás da greve para ganhar margem de manobra nas negociações orçamentais como o Governo.

 

"Sim, é claramente o assalto ao castelo e a tentativa de o PCP pressionar o Governo para algumas cedências noutros lados. Mas isso tem sido a prática ao longo dos anos", sustentou Chora, que foi membro da comissão de trabalhadores da Autoeuropa e dirigente do Bloco de Esquerda, mas que já se reformou.

 

Catarina Martins lembrou que António Chora já não está na Autoeuropa, mas que tem a sua visão "muito informada sobre a empresa".

 

"António Chora reconhece a importância da conciliação da vida familiar e que podem ser feitos avanços nesse sentido", frisou.

 

Os trabalhadores da Autoeuropa realizam hoje uma greve, que termina às 00:00 de quinta-feira, e que constitui a primeira paralisação por razões laborais na fábrica de automóveis de Palmela, que, de acordo com a empresa, teve uma "adesão de 41% do total dos trabalhadores".

 

A greve foi marcada após a rejeição de um pré-acordo entre a administração e a Comissão de Trabalhadores [que apresentou a demissão e convocou eleições para 03 de Outubro], devido à obrigatoriedade dos funcionários trabalharem ao sábado, como está previsto nos novos horários de laboração contínua que serão implementados a partir do próximo mês de Novembro.

 

Os trabalhadores alegam que, além do transtorno que a obrigatoriedade do trabalho ao sábado iria provocar nas suas vidas, a compensação financeira atribuída pela empresa também é muito inferior ao que iriam receber pelo trabalho extraordinário aos sábados.

 

De acordo com o novo modelo de horários, cada trabalhador iria rodar nos turnos da manhã e da tarde durante seis semanas e faria o turno da madrugada durante três semanas consecutivas, com uma folga fixa ao domingo e uma folga rotativa nos outros dias da semana.

 

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