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Associação de Leasing, Factoring e Renting critica declarações do ministro sobre carros a gasóleo
A declaração de Matos Fernandes "não tem qualquer base técnica e só pode ser entendida num contexto político desfasado da realidade do setor automóvel". diz a AFL.
A Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting comentou hoje não haver qualquer base técnica nas declarações do ministro do Ambiente, que previu falta de valor na troca dos carros com motor a gasóleo dentro de quatro anos.
"A referida afirmação não tem assim qualquer base técnica e só pode ser entendida num contexto político desfasado da realidade do setor automóvel", segundo a Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF).
Em entrevista publicada na edição de segunda-feira do Jornal de Negócios, João Pedro Matos Fernandes afirmou ser "muito evidente que quem comprar um carro 'diesel' muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca".
Para a ALF, as palavras do governante também "não espelham a realidade" e "não contribuem para reforçar a previsibilidade e estabilidade que devem nortear o esforço de redução das emissões dos veículos em que toda a sociedade está empenhada".
A associação sublinhou a evolução considerável dos motores a diesel referindo que a transição para automóveis híbridos e/ou elétricos "deverá processar-se de forma gradual, acompanhando a evolução natural do mercado e da crescente oferta de viaturas cada vez mais eficientes ao nível de emissões, sejam elas elétricas, híbridas, a gasolina ou a diesel".
Na segunda-feira, a Associação Automóvel de Portugal (ACAP) tinha já lamentado que o "sr. ministro não tenha ponderado o impacto das suas palavras na atividade das empresas do setor automóvel", até porque esta indústria é a "principal exportadora em Portugal" e o setor é o "principal contribuinte líquido do Estado, ao ser responsável por mais de 25% do total das receitas fiscais".
Já a Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável manifestou-se "de acordo com a questão levantada pelo ministro do Ambiente", e disse que têm perspetivas em "completa consonância" relativamente ao futuro próximo.
"Neste caso, estamos de acordo com a questão levantada pelo ministro", afirmou em declarações à Lusa o presidente da associação ambientalista Zero, Francisco Ferreira.