Notícia
Governo não cede e mantém concurso para eucaliptos
Capoulas Santos justifica que concurso é para "reinstalar" eucaliptos e que não há "contradição" com o diploma que está no Parlamento. Ministro admite que a proposta que trava expansão do eucalipto "não agrada a ninguém".
O Governo não tem intenção de cancelar o concurso para a plantação de eucaliptos, lançado na semana anterior aos incêndios de Pedrogão Grande. Este concurso serve para "reinstalar" o eucalipto, disse o ministro da Agricultura em reacção ao desafio deixado esta sexta-feira pelo Bloco de Esquerda, acrescentando que não há "nenhuma contradição" entre a decisão de lançar este concurso e o diploma do Executivo que está no Parlamento para travar a expansão no eucalipto.
Em declarações aos jornalistas, a partir de Góis, Luís Capoulas Santos, afirmou que os concursos que o Governo está a lançar são para "plantar sobreiros e azinheiras", para "regeneração e para aproveitar o pinheiro bravo que nascem de forma espontânea" e para "reinstalar o eucalipto das zonas onde não deve estar para onde deve estar".
Não há "nenhuma contradição" entre a decisão de lançar este concurso e o diploma que o Parlamento vai discutir para travar a expansão de eucaliptos. O ministro referiu que esta indústria representa 2.000 milhões de euros nas exportações nacionais.
Questionado sobre se rejeitava a ideia de suspender o concurso lançado para os eucaliptos, Capoulas Santos salientou que o Governo "não funciona de acordo com a agenda mediática" e que "se amanhã houver um incêndio num montando de sobreiros e azinheiras não vamos suspender concursos por causa disso".
Capoulas Santos adiantou que, de acordo com o inventário florestal, o eucalipto ocupa uma área de 812 mil hectares (admitindo que até possa ser maior). Se forem retirados 100 hectares, podemos pôr 100 hectares mas ordenados, explicou.
O ministro assumiu que o diploma que pretende travar a expansão do eucalipto "aparentemente não agrada a ninguém".