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Pagamentos em atraso dos hospitais sobem 33%

Os pagamentos em atraso dos hospitais a fornecedores externos agravaram-se em 168 milhões de euros no primeiro semestre, de acordo com dados oficiais. A dívida total cresceu 15,5%, avança o JN. Segundo o CM, o pagamento de horas extra cresceu 7%.

31 de Agosto de 2016 às 09:18
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Os pagamentos em atraso a fornecedores externos dos hospitais - com mais de 90 dias após vencimento de dívida - subiram 33% no primeiro semestre do ano, de acordo com os dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), destacados na edição desta quarta-feira, 31 de Agosto, do Jornal de Notícias.

Os pagamentos em atraso estão sobretudo concentrados nos hospitais de Lisboa e Vale do Tejo, que têm 430 milhões de euros de pagamentos em atraso num total de 681 milhões. A dívida total cresceu 15,5% para 1,45 milhões de euros. 

Num comunicado emitido esta manhã, a ACSS sublinha que "embora o stock dos pagamentos em atraso tenha aumentado, encontra-se muito longe dos máximos atingidos no passado". Além disso, "a comparação homóloga encontra-se influenciada pelas sucessivas injecções extraordinárias de fundos realizadas no ano anterior, as quais atingiram ao longo do ano cerca de 403M€", refere a ACSS.

Custo de horas extraordinárias sobe

Ao mesmo tempo, de acordo com o Correio da Manhã, o pagamento de horas extraordinárias cresceu 7%, para 138 milhões de euros no primeiro semestre do ano.

É esta última tendência que Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, destaca como "preocupante" em declarações ao Jornal de Notícias. A reposição de salários em 2016 teve o efeito de "tornar mais atractivo" o trabalho extraordinário, acrescenta, ao Correio da Manhã.

"As urgências estão desfalcadas de médicos e o aumento do valor da hora extra, pela reposição dos salários, tornou esse trabalho mais aliciante", diz. 

Quanto a este ponto, a ACSS sublinha que a despesa se encontra controlada "nas aquisições de bens e serviços, bem como nos encargos com pessoal, apesar de neste caso ter sido necessário acomodar as reposições salariais, a reposição do período normal de trabalho das 35 horas semanais nos trabalhadores em funções públicas, a admissão de pessoal dos concursos concluídos em 2015 e a entrada dos internos do ano comum".

 

Além disso, "a comparação com o ano interior tende a melhorar no segundo semestre, uma vez que a despesa já reflecte alguns dos efeitos acima enunciados". 

Contas até Julho revelam excedente

No mesmo comunicado, divulgado já depois da publicação das notícias relativas ao primeiro semestre, a ACSS refere que os resultados referentes ao mês de Julho apresentam um excedente de "1,7 milhões de euros", melhorando o resultado face ao ano anterior em 74 milhões de euros". Na altura, as contas estavam em défice.

O crescimento da despesa até Julho foi de 2,8% e está "abaixo do padrão mensal implícito" no orçamento". Do lado da receita, o crescimento de 4,3% está em linha com o orçamentado.

"O défice do SNS em 2016 apresenta uma trajectória mensal de Janeiro a Julho que revela uma melhoria significativa na execução orçamental quando comparada com o ano anterior, permitindo prever como plausível o cumprimento das metas orçamentais fixadas para o corrente ano".


Isto num contexto em que a execução orçamental se tornou "ainda mais exigente" devido à revisão do valor final do défice do SNS em 2015 "o qual, de acordo com as estimativas em curso, terá sido muito pior do que aquele que foi reportado". 



Notícia actualizada às 13:01 com o conteúdo do comunicado da ACSS.




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