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Governo vai a Londres tentar trazer "polícia dos medicamentos" para Portugal
A secretária de Estado dos Assuntos Europeus e o ministro da Saúde vão esta segunda-feira à capital britânica reforçar a intenção de atrair a Agência Europeia do Medicamento para Lisboa, na sequência do Brexit.
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, vão estar em Londres na segunda-feira, 13 de Fevereiro, para reforçar publicamente a intenção de acolher a Agência Europeia do Medicamento em Lisboa caso o Brexit leve à deslocalização da instituição.
A disponibilidade do Governo para trazer a EMA (na sigla inglesa) para Portugal, na sequência da saída do Reino Unido da União Europeia, já tinha sido transmitida, mas este será o primeiro contacto público do Executivo com a gestão da agência, em que estarão ainda presentes membros da direcção do Infarmed.
Num comunicado, o Executivo diz-se "convicto de que Lisboa é a cidade mais adequada para esta relocalização" e que o país se mostrará empenhado "num rápido processo de transição que minimize o impacto das actividades regulares" da agência, oferecendo "condições de estabilidade para o funcionamento de todo o sistema".
Além da segurança e da abertura cultural, destaca ainda o bom clima e os "preços acessíveis" de Lisboa como vantagens competitivas.
A disponibilidade para receber a agência que emprega quase 900 pessoas em Londres e supervisiona um mercado que abrange 500 milhões de consumidores de fármacos no Velho Continente tinha sido transmitida em Novembro passado por Margarida Marques.
De acordo com fonte do Ministério da Saúde, a decisão de possível deslocalização daquele serviço cabe aos países da União Europeia que se reúnem na EMA.
A agência apoia interacções entre as entidades nacionais responsáveis pelas políticas de medicamentos e protege a saúde pública e animal nos 28 Estados-Membros da UE e nos países do Espaço Económico Europeu, acrescenta o comunicado.
Lisboa é actualmente sede de duas agências europeias: o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (estabelecido em 1993 e inaugurada em 1995 e que emprega 110 pessoas) e a Agência Europeia de Segurança Marítima (criada em 2003, emprega mais de 200 trabalhadores).
(Notícia actualizada às 22:11 com rectificação da entrada e primeiro parágrafo depois de esclarecimentos do Ministério da Saúde)