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Agências europeias vão mesmo sair do Reino Unido. Portugal é candidato
Londres diz acreditar poder ficar com a sede de algumas agências europeias. Bruxelas responde: nem pensar. Lisboa quer ficar com a dos medicamentos.
As agências europeias que estão actualmente sediadas no Reino Unido vão mesmo sair do país e o governo britânico não terá qualquer voto na matéria, incluindo na hora de decidir para que outro Estado serão transferidas.
O esclarecimento foi prestado pela Comissão Europeia nesta quarta-feira, 19 de Abril, depois de David Davis, o ministro britânico encarregue das negociações de saída da União Europeia ("Brexit", ter afirmado que Londres poderia aspirar manter a Autoridade Bancária Europeia (EBA). Londres acolhe ainda a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), sendo Lisboa uma das candidatas a nova sede.
"O Reino Unido está a sair da UE e não terá nada a dizer sobre a localização das agências da UE. A decisão de realocar a EMA e a EBA cabe aos outros 27 Estados-membros. Não faz parte das negociações do Brexit; é, antes, uma consequência do Brexit", frisou o porta-voz de Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia.
O governo português já manifestou o desejo de acolher em Lisboa a agência europeia dos medicamentos. A capital portuguesa é já sede da Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA), e do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT).
Falando em Bruxelas, o mesmo porta-voz desdramatizou as consequências práticas da antecipação de eleições no Reino Unido para 8 de Junho, afirmando que as negociações de saída, propriamente ditas, só poderiam, em todos os casos, ter lugar no final de Junho ou mesmo no início de Julho.
Theresa May surpreendeu meio-mundo nesta semana, ao convocar eleições, depois de, em Setembro, ter garantido: "Não irei convocar eleições antecipadas. Fui muito clara ao dizer que precisamos de estabilidade". Usando mesmo argumento da estabilidade, a primeira-ministra quer agora eleições, argumentando que cada voto no seu partido Conservador será um voto a mais a fortalecer a posição do governo britânico nas negociações do Brexit.
Para antecipar a chamada às urnas, May precisa, porém, do aval de dois terços dos deputados da Câmara dos Comuns. Essa votação está marcada para esta tarde.
(notícia actualizada para incluir o OEDT)