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Portugal disponível para receber "polícia dos medicamentos" europeu

O país junta-se a concorrentes de peso como Itália, França ou Alemanha, que não se importariam de ver a Agência Europeia do Medicamento sair de Londres e sediar-se nos seus territórios depois do Brexit.

Miguel Baltazar
23 de Novembro de 2016 às 07:58
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O Governo português está disponível para facilitar a instalação no país de empresas e entidades que abandonem o Reino Unido no pós-Brexit, nomeadamente o regulador para o medicamento.

A garantia foi dada esta quarta-feira pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus. "Estamos interessados em atrair investimento para Portugal. Se com o novo enquadramento da relação entre o Reino Unido e a União Europeia houver empresas que prefiram deixar aquele país, temos evidentemente uma estratégia para atrair esse investimento para Portugal," respondeu Margarida Marques.

A governante, citada pela Bloomberg, mostrou-se disponível para que Portugal receba a sede da Agência Europeia do Medicamento (AEM), que emprega quase 900 pessoas em Londres e supervisiona um mercado que abrange 500 milhões de consumidores de fármacos no Velho Continente.

Lisboa é actualmente sede de duas agências europeias: o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (estabelecido em 1993 e inaugurada em 1995 e que emprega 110 pessoas) e a Agência Europeia de Segurança Marítima (criada em 2003, emprega mais de 200 trabalhadores).

Com a manifestação de disponibilidade para a AEM, Portugal junta-se assim a cerca de uma dezena de Estados-membros da União Europeia que nas últimas semanas se mostraram prontos a acolher este serviço. 

Suécia, França, Dinamarca, Hungria ou Bulgária já acenaram com vantagens da deslocalização, embora a capital britânica queira manter a sede da organização, alegando a integração já existente com o seu próprio regulador para este sector.

Há cerca de duas semanas, a mesma Bloomberg indicava os possíveis benefícios para as eventuais cidades anfitriãs, como o estímulo ao mercado de arrendamento e o uso das estruturas de alojamento proporcionados pela actividade da agência, além de não terem de suportar as despesas com os funcionários, que correm por conta da União Europeia.

Itália, França e Alemanha já se posicionaram igualmente, oferecendo localizações em Milão, Lyon, Estrasburgo, Lille, Munique, Bona, Frankfurt ou Saarbruecken.

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