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Excesso de mortalidade aumenta na UE em abril. Portugal com melhor situação dos 27

O país lidera a União Europeia ao apresentar a menor taxa de mortalidade excessiva para o mês de abril, sendo um dos países com valores negativos. A tendência dos Estados-membros é de um agravamento do indicador com este a aumentar em 15 e cinco a inverter a situação, apresentando em abril um excesso de mortalidade.

José Gageiro/Movephoto
16 de Junho de 2021 às 12:28
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Os meses de março e abril ficam marcados na Europa por um ressurgimento em força da pandemia em alguns países e pelo aumento do excesso de mortalidade na União Europeia que foi de 10% em março e 21% em abril, impulsionado por países como a Bulgária que registou uma mortalidade em excesso de 76% para o quarto mês do ano. Por outro lado, Portugal foi o país que registou os melhores valores, segundo dados do Eurostat.

Para o quarto mês do ano, Portugal apresenta a menor taxa de mortalidade excessiva da UE com um número de mortes 6,4% inferior ao observado no período de referência antes da pandemia. Em condições idênticas tem evoluído a Suécia que apresenta uma mortalidade excessiva de -5,1%.

No caso português, o indicador evoluiu favoravelmente em abril ao passar dos -4,6% de março para -6,4%, ambos valores distantes dos 24,2% observados em fevereiro e dos 60,3% de janeiro – os piores meses de pandemia no país, de acordo com os indicadores mais comuns.

E apesar da evolução da situação em Portugal ser encorajadora há quem tenha feito maiores progressos durante o mês de abril. É o caso da Dinamarca que passou dos 61,5% de excesso de mortalidade para os 30,5%, ou mesmo de Malta que corrigiu a situação ao passar dos 10,3% para os -0,2%.

A tendência europeia é, no entanto, a contrária e, face a março, a situação piorou em 15 dos 27 Estados-membros duplicando a média da UE que chegou aos 21%.

Entre os países que pior evoluíram ao longo do último mês estão a Croácia (de 2,3% para 31,5%), a Polónia (38,2% para 65,5%) e a Roménia (25,1% para 47,9%) e há ainda Estados-membros onde o quadro da mortalidade se inverteu negativamente, passando de um défice de mortalidade para um excesso, como é o caso da Bulgária (-10,6% em março para 6,3% em abril), Alemanha (-9,8% para 5,7%), Letónia (-2,3% para 4,4%) e Holanda (-2,9% para 10%).

Para os dados observados, o Eurostat explica que "entre janeiro de 2020 e abril de 2021 a UE experienciou dois ciclos completamente diferentes de excesso de mortalidade: o primeiro entre março e maio de 2020 (com um pico de 25% em abril) e o segundo entre agosto de 2020 e abril de 2021 (com um pico de 40% em novembro)". Espera-se agora que com a entrada do verão e o aumento generalizado das temperaturas no hemisfério norte – condições desfavoráveis à propagação do vírus - os indicadores pandémicos melhorem, incluindo a mortalidade excessiva.

"O excesso de mortalidade refere ao número de mortes por todas as causas medidas durante uma crise, acima do que seria expectável em condições ‘normais’", explica o órgão estatístico europeu.

O indicador está intimamente ligado ao estado da pandemia em cada país, com não podia deixar de ser, e pode ser interpretado à luz da taxa de esforço hospitalar, sobretudo internamentos em unidades de cuidados intensivos, do número de novos casos e, naturalmente, do número de mortes causadas pela doença. Ainda assim, fatores como o uso generalizado de máscara, uma melhor etiqueta respiratória e a desinfeção regular das mãos pesam no lado contrário da balança.

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