Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Estado poupou 47 milhões na saúde com serviços partilhados

Henrique Martins, presidente da empresa Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), garantiu em entrevista à TSF e Dinheiro Vivo que a entidade pública permite poupar dinheiro ao Estado, mas pensa na internacionalização.

Bruno Simão
Negócios 31 de Março de 2018 às 20:33
  • ...

A Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, empresa pública criada em 2010 para centralizar as compras na saúde, garante que em 2017 comprou mil milhões de euros em bens e serviços e "só em medicamentos e alguns bens como tecnologias de informação, papel, electricidade, estamos a falar de uma poupança de 47 milhões de euros em 2017", informou Henrique Martins, o seu presidente há cinco anos em entrevista à TSF e Dinheiro Vivo.

O gestor garante que a indústria não está contra esta centralização. E explica que "começamos a trabalhar nas compras de 2018 em Maio de 2017, isto significa que para muitos medicamentos o nós prevermos exactamente o que é preciso vai permitir também às empresas fornecer a mais baixo preço porque têm uma expectativa de venda estabilizada muitos meses antes da entrega efectiva. Isto para deixar a ideia de que é possível poupar sem haver uma perda para todos os lados".

No elencar de poupanças dá também um exemplo: a receita sem papel. "A conferência para pagamento custava ao Estado mais de 5 milhões de euros por ano, porque estas receitas em papel que as pessoas deixavam nas mais de 3 mil farmácias do país eram recolhidas em contentores e camiões e eram depois verificadas folha a folha. Estamos a falar de 7 milhões de folhas por mês. Quando pusemos tudo no digital baixamos a factura do chamado centro de conferência de facturas para menos de 1 milhão de euros por ano".

Para este ano o objectivo é "manter a fasquia da poupança, queremos garantir que entre o preço-base e o preço final de adjudicação conseguimos, nas categorias novas, uma poupança equivalente... estamos a falar dos 3% a 5%". Mas nos "bens que já comprámos o ano passado e que já baixámos o preço é difícil continuar a baixar. Por exemplo nas telecomunicações conseguimos, ano após ano, há mais de 3 anos, ainda assim baixar o preço".

Há ainda serviços e produtos que não estão sob a sua alçada, mas a abrangência tem vindo a aumentar. Agora entrou no SPMS a compra de helicópteros para o INEM, depois de ter feito a aquisição das viaturas. 

Na entrevista o responsável pelos serviços partilhados da saúde admite, no entanto, que um dos seus principais constrangimentos é com "a dificuldade de contratação de pessoas". O que leva a que não consiga também um grau de internacionalização que a empresa poderia ter. "T
emos clientes, inclusivamente fora de Portugal, que querem os nossos serviços, nomeadamente softwares que temos vindo a desenvolver nos últimos anos e que em alguns casos são únicos, como o certificado de óbito digital. (...) Já tivemos gregos, brasileiros, espanhóis porque é que não nos vendem esta solução? E nós não conseguimos vender porque para vender em grande escala temos de fabricar em grande escala".

Henrique Martins fala no ponto que tem de de decidir se a empresa "pode, ou não, tornar-se numa empresa pública com a capacidade de produzir riqueza vendendo serviços, sobretudo fora do perímetro da administração pública e até fora de Portugal". Mas para isso "não posso pedir à equipa que já é pequena para cuidar do SNS e dizer-lhe para se desfocarem do SNS para se meterem num avião para irem informatizar a Grécia".

 

 


Ver comentários
Saber mais Henrique Martins SPMS Saúde serviços partilhados
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio