Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Após duas recusas, Pfizer continua interessada em comprar a segunda maior farmacêutica britânica

Em Janeiro, a fabricante do Viagra fez uma proposta inicial de 58 mil milhões de libras (71 mil milhões de euros) para ficar com a Astrazeneca. Foi rejeitada. A insistência regressou esta semana. Voltou a ser recusada. Mas a Pfizer continua interessada.

A carregar o vídeo ...
Pfizer Renewing Bid for AstraZeneca in $98.7B Deal
28 de Abril de 2014 às 09:39
  • ...

A fabricante do Viagra mantém a intenção de adquirir a segunda maior empresa do sector farmacêutico britânico. A Pfizer reafirmou o interesse, em comunicado, após duas propostas para comprar a AstraZeneca que já foram recusadas.

 

"A proposta inicial da Pfizer ao conselho de administração da AstraZeneca, a 5 de Janeiro de 2014, incluía uma combinação de dinheiro e acções na empresa resultante que representam um valor indicativo de 4.661 pence por cada acção da AstraZeneca e um prémio considerável de cerca de 30% em relação ao seu preço de fecho de 3.586 pence a 3 de Janeiro de 2014", relata a empresa norte-americana no comunicado publicado.

 

A oferta inicial valia, no seu todo, 58,8 mil milhões de libras, ou seja, 71 mil milhões de euros. Após algumas conversas, a companhia britânica recusou seguir negociações. A operação congelou.

 

A 26 de Abril, a Pfizer, que está presente em Portugal com laboratórios no Lagoas Park, contactou a AstraZeneca, com sede nacional em Barcarena, para "retomar as discussões de forma a desenvolver uma proposta que possa ser recomendada pelos conselhos de administrações das suas empresas aos seus accionistas". Mais uma vez, a empresa britânica, especializada em cardiologia, rejeitou.

 

"A Pfizer está, neste momento, a considerar as possibilidades no que diz respeito à AstraZeneca", conclui a empresa norte-americana no comunicado hoje divulgado. A nova empresa teria gestão tanto nos Estados Unidos como no Reino Unido mas a sede seria em Nova Iorque. A norte-americana tem até dia 26 de Maio para anunciar a intenção final ou a sua desistência.

 

Entretanto, o conselho de administração do alvo da oferta considera que não é apropriado seguir com discussões - a Pfizer queria fazer um comunicado conjunto antes da abertura dos mercados de segunda-feira, mas, dada a ausência de uma proposta efectiva, a AstraZeneca rejeitou. Segundo a Bloomberg, que cita um comunicado, a proposta "subvaloriza muito significativamente a AstraZeneca e as suas perspectivas".

 

A maior empresa da saúde em receitas

 
AstraZeneca em recorde na bolsa

 

Em bolsa, a intenção anunciada pela Pfizer teve efeitos na negociação da AstraZeneca. 

A empresa britânica disparou perto de 16% e tocou no valor mais elevado de sempre: 4.713,5 pence. 

Além disso, marcou o maior ganho desde, pelo menos 1993. Neste momento, a AstraZeneca soma 14,77% para os 4.682,50 pence. Na sexta-feira, o encerramento tinha sido feito nos 4.080 pence. 

  

A concretizar-se, esta será uma das maiores ofertas de aquisição de sempre na indústria farmacêutica global, como comenta a agência Bloomberg. Segundo o "Financial Times", será a maior desde a compra da Warner-Lambert, em 2000, precisamente pela Pfizer, num negócio de 111,8 mil milhões de dólares (80,8 mil milhões de euros). De acordo com a mesma fonte, a empresa resultante da operação seria a maior companhia de cuidados de saúde do mundo em receitas.  

 

"Acreditamos que os pacientes em todo o mundo iriam beneficiar do nosso compromisso partilhado para com a Investigação & Desenvolvimento, que é essencial para o sucesso futuro da indústria farmacêutica, na forma de novas terapias potenciais que ajudem a lutar contra algumas das mais temidas doenças do mundo, como é o caso do cancro", aponta o presidente da Pfizer Ian Read.

 

O sector tem estado em elevada rotação em relação a fusões e aquisições este ano, altura em que a actividade tem estado em alta na Europa.

 

A Novartis, por exemplo, comprou as operações de oncologia da GlaxoSmithKline. Ainda hoje, a maior fabricante norte-americana de medicamentos genéricos, a Mylan, viu ser rejeitada pela segunda vez a oferta que fez à sueca Meda. Esse negócio já não irá acontecer, por agora, já que as conversações terminaram.

 

(Notícia actualizada às 10h50 com reacção da AstraZeneca)

 

 

 

Ver comentários
Saber mais Pfizer AstraZeneca indústria farmacêutica
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio