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De professor Marcelo a senhor Presidente

Marcelo Rebelo de Sousa vai avançar com a sua candidatura às eleições presidenciais. Depois de habituar os portugueses ao seu comentário e análise política, o "professor" prepara-se para ser avaliado.

Miguel Baltazar/Negócios
09 de Outubro de 2015 às 17:31
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Professor Marcelo. Ou simplesmente professor. Marcelo Rebelo de Sousa tornou-se uma cara familiar e uma presença assídua em casa, leia-se televisão, de muitos portugueses enquanto comentador político. Mas nem sempre assim foi.

Com 66 anos, dois filhos e cinco netos, Marcelo Rebelo de Sousa nasceu a 12 de Dezembro de 1948 na capital portuguesa, cidade que o veria protagonizar um dos momentos mais caricatos da sua carreira política (quando decidiu entrar no rio Tejo).

Militante do Partido Social Democrata (PSD) desde os seus 26 anos, Marcelo que não seria candidato à liderança do partido "nem que Cristo desça à terra", é agora candidato às eleições presidenciais de Janeiro de 2016, duas décadas depois de ter liderado o PSD durante três anos, em 1996.


Professor catedrático na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa desde 1989, onde se licenciou com 19 valores, a mesma classificação obtida por Álvaro Cunhal, tem um percurso académico descrito como "brilhante". Concluiu o mestrado em Ciências Político-Económicas com a classificação de "Muito Bom com distinção" e, em 1984, doutorou-se em Direito, com especialização em Ciências Jurídico-Políticas, pela mesma instituição, com distinção e louvor.

Ao contrário de muitos dos seus similares, Marcelo Rebelo de Sousa iniciou o seu contacto político muito antes de entrar na Faculdade. O seu pai, o médico Baltazar Rebelo de Sousa, chegou a ser governador de Moçambique entre 1968 e 1970 e ministro das Corporações e do Ultramar de Marcelo Caetano, então primeiro-ministro do Estado Novo.

Marcelo Rebelo de Sousa foi secretário de Estado da presidência do Conselho de Ministros e depois ministro dos Assuntos Parlamentares no Governo de Francisco Pinto Balsemão, entre 1981 e 1983.


Em 1989, Marcelo Rebelo de Sousa candidatou-se como o número um da lista do PSD e do CDS-PP à presidência da Câmara de Lisboa, contra Jorge Sampaio. Na altura, sem comentários políticos à hora de jantar, Marcelo enfrentava o seu pior inimigo: era um desconhecido dos portugueses. Na altura, o candidato com então 40 anos, na tentativa de lançar a sua candidatura, decidiu lançar-se ao rio Tejo, com o pretexto de alertar para a poluição que imperava nas águas de Lisboa.  Não venceu.


Entre os cargos políticos e governativos que se seguiram, Marcelo Rebelo de Sousa foi vereador da Câmara Municipal de Lisboa entre 1990 e 1993 e presidente da Assembleia Municipal de Celorico de Basto entre 1997 e 2009, cidade onde ainda continua a votar e anuncia a sua candidatura.

Presidiu à Comissão Política Distrital de Lisboa e à Comissão Política Nacional do Partido Social Democrata, foi deputado à Assembleia Constituinte, vereador da Câmara Municipal de Lisboa, presidente da Assembleia Municipal de Celorico de Basto, deputado ao Parlamento Europeu e vice-presidente do Partido Popular Europeu e é membro do Conselho de Estado. Foi também deputado ao Parlamento Europeu e vice-presidente do Partido Popular Europeu entre 1997 e 1999.

Para além do seu percurso enquanto professor universitário e político, foi também jornalista, tendo dirigido os jornais Expresso entre 1980 e 1983, jornal que ajudou a fundar em 1972 e do Semanário entre 1983 e 1987. No entanto, foi enquanto comentador político que ganhou notoriedade, primeiro na TSF, entre 93 e 96 e depois na televisão, primeiro na TVI entre 2000 e 2004, com uma passagem pela RTP1, entre 2005 e 2010, com "As Escolhas de Marcelo", altura em que regressa novamente à estação de Queluz.

A 9 de Junho de 1994 foi distinguido como comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e, onze anos depois, com a grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

A 24 de Junho de 2015, Marcelo Rebelo de Sousa dizia "um candidato a Presidente não é candidato a primeiro-ministro e tem de ter a humildade para ser, sobretudo, alguém que faz uma ponte entre outras pessoas com outras ideias diferentes das suas". O, até este domingo, comentador político da TVI prepara-se agora para a sua popularidade ser avaliada pelos portugueses, na corrida ao cargo que muitos dizem que ambiciona há vários anos e para o qual é há muito incentivado por vários simpatizantes.

A primeira sondagem às eleições presidenciais parecem confirmar esse cenário, com o candidato social-democrata a conseguir uma vitória à primeira volta, com 43,9% dos votos dos eleitores.

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