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Francisco Louçã: "O Bloco de Esquerda vale hoje mais do que o CDS"

O ex-coordenador bloquista Francisco Louçã afirmou que o "BE vale hoje mais e tem mais peso eleitoral do que o CDS", apelando ao voto dos indecisos, dos socialistas e daqueles que foram enganados pela coligação de direita.

Miguel Baltazar
28 de Setembro de 2015 às 23:41
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Depois de estar presente no almoço de domingo do partido, Francisco Louçã discursou na segunda-feira à noite pela primeira vez nesta campanha eleitoral no comício que decorre em Coimbra, considerando que o BE "precisa de muito mais do que reforçar-se e ter mais deputados", mas sim de "marcar uma viragem" na noite das eleições de domingo, apelando aos votos decisivos dos indecisos, dos socialistas e daqueles que foram enganados pelo PSD e pelo CDS.

 

"O BE precisa de se colocar como o partido que pode já nestas eleições ser muito mais forte do que partes importantes da direita como seja por exemplo o CDS. O BE vale hoje mais, tem mais peso eleitoral do que o CDS", disse, realçando que "o CDS não está nas eleições e terá os deputados que lhe forem garantidos por estarem alcandorados nas listas do PSD".

Numa noite em que em Coimbra estiveram reunidos todos os ex e actuais líderes do partido - João Semedo juntou-se de novo à campanha - Francisco Louçã considerou que Portugal foi, nos últimos quatro anos, "uma cobaia, um ratinho de laboratório das políticas mais disparatadas, mais gravosas, mais persecutórias que poderia receber".

 

"É como se tivessem instalado em Portugal uma espécie nova, uma espécie de gente, predadores naturais com ar sisudo à espera do sangue fresco da manada, um tal 'Homo troikensis'. E o 'Homo troikensis' é perigoso, é muito perigoso", ironizou.

 

O antigo coordenador bloquista condenou aqueles cuja resposta que dão é o medo. "Passos Coelho diz: votem em mim por medo de António Costa. António Costa diz: votem em mim por medo de Passos Coelho. E os dois têm medo de Paulo Portas", atirou.

 

Para Louçã "é preciso vencer a direita, as políticas que arrastaram Portugal para esta crise" e nem é possível pensar que "possa haver estas políticas durante mais quatro anos".

 

O ex-coordenador, num estilo de discurso que lhe é característico, elencou os três votos decisivos - que admitiu serem difíceis - que o Bloco precisa de conquistar no domingo: o voto de quem se abstém que "vai determinar a força que a esquerda vai ter nestas eleições", o voto dos socialistas que "não percebem o que anda o seu partido a fazer" e o voto dos que "foram enganados pelo PSD e pelo CDS" e a quem este Governo deve muito.

 

Francisco Louçã questionou ainda se "vale alguma coisa a palavra desta gente", referindo-se ao Presidente da República, Cavaco Silva, quando recomendou o BES nas vésperas da sua falência e a Passos Coelho, "um político que se esquecia como deputado de fazer descontos para a Segurança Social e agora nos vem dizer que a Segurança Social tem problemas financeiros e que os vai resolver".

 

A maior e mais emocionada ovação da noite foi para o ex-coordenador do Bloco João Semedo, que depois de recuperar de algumas cirurgias que o obrigaram a abandonar o cargo de deputado, se junta frequentemente à campanha. "O Bloco deve muito ao João Semedo. Essa dívida, nós Bloco fazemos mesmo questão de exigir o seu pagamento na íntegra. Havemos de pagar essa divida com juros altos", disse José Manuel Pureza, perante uma sala de pé a aplaudir.

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