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Rui Moreira à beira da maioria absoluta no Porto

A sondagem da Aximage antecipa uma batalha entre o independente, PS e Bloco pelo 13.º vereador, que dispensaria negociações pós-eleitorais. PSD afunda para mínimo histórico e já só está três pontos à frente da CDU.

Há quatro anos, Rui Moreira teve de negociar um entendimento com o PS para garantir estabilidade no Executivo.
22 de Setembro de 2017 às 07:00
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O número 13 promete ser de sorte ou de azar nas autárquicas do Porto, mediante a perspectiva das candidaturas. De acordo com a sondagem da Aximage para o Negócios e Correio da Manhã, a grande dúvida para a noite eleitoral na cidade reside na atribuição do 13.º e último mandato, que "está dependente do sentido de abstenção e do voto dos indecisos". Se cair para o movimento de Rui Moreira (39,9%), o actual autarca vence com maioria absoluta esta votação em que a abstenção deve rondar os 49%, um ponto acima da verificada em 2013.

Apesar de as eleições na Invicta serem pródigas em surpresas – basta recordar as derrotas do socialista Fernando Gomes em 2001, que deu a primeira maioria a Rui Rio, e a do também favorito Luís Filipe Menezes há quatro anos –, esta "dinâmica de vitória" parece sólida. Independentemente do sentido de voto, 65,5% dos inquiridos pensam que Moreira vai mesmo ganhar a 1 de Outubro – são menos de 10% a confiar na vitória do PS ou do PSD – e a maioria dos portuenses acha que até governou melhor do que o antecessor.

Com metade (20,8%) das intenções de voto face ao empresário apoiado pelo CDS e pelo MPT, com quem se coligou na ressaca das últimas autárquicas, para a Câmara, ao PS parece restar a aspiração de roubar um vereador ao PSD – está entre três e quatro – e evitar assim que o antigo parceiro de governação controle o renovado Executivo sem precisar de negociar com a oposição. Ainda que pareça um fraco consolo para quem partiu para esta corrida de acordo assinado com o movimento "O Nosso Partido é o Porto", desfeito com estrondo em Maio.

A confirmarem-se nas urnas estas indicações, obtidas em entrevistas feitas entre 16 e 19 de Setembro a 600 dos 214.270 mil eleitores inscritos no concelho, Manuel Pizarro não será capaz de impedir a sexta perda consecutiva de votação para os socialistas, iniciada em 1993. Sem fazer a distribuição dos 5,6% de indecisos pelas candidaturas, este estudo de opinião indica uma votação inferior aos 22,7% obtidos há quatro anos, que foram então o pior resultado de sempre.

Com Ilda Figueiredo (8,9%) garantida na próxima vereação, nesta distribuição, o Bloco de Esquerda (5,3%) é o terceiro prato onde pode cair o disputado vereador, que seria o primeiro do partido no município. Depois de já ter tentado em 2001, 2005 e 2009, o sociólogo João Teixeira Lopes, que há três meses rendeu João Semedo por doença do ex-coordenador, pode finalmente chegar ao cimo da Avenida dos Aliados.

Eclipse laranja

No derradeiro mandato de Rui Rio tinha sete, com Luís Filipe Menezes caiu para três e com Álvaro Almeida baixa para dois vereadores. Resultante de 11,8% das intenções de voto medidas pela Aximage, este é um desfecho inédito na história social-democrata no Porto, onde o partido sempre teve grande implantação e mora a sua maior distrital. Este economista que passou pelo FMI e liderou a Entidade Reguladora da Saúde, quase desconhecido até para o eleitorado local, renova o mínimo histórico de 2013 e, à partida para a campanha, está mais próximo de ser ultrapassado pela coligação de comunistas e Verdes do que da segunda força política.

Aliando este resultado à percentagem idêntica estimada para a candidatura em Lisboa, o PSD arrisca-se a ser relegado para terceiro lugar nas duas principais autarquias, pois uma sondagem recente da Católica colocou Teresa Leal Coelho atrás de Fernando Medina (30%) e Assunção Cristas (12%). Passos Coelho quer recuperar os 30 municípios perdidos em 2013 e eleger mais presidentes de Câmara do que o PS, mas já avisou que até pode vir a reclamar um "bom resultado" na noite eleitoral sem atingir essa meta.


Ficha técnica

 

Universo: indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais do Porto com telefone fixo no lar ou possuidor de telemóvel. Amostra: aleatória e estratificada (freguesia, sexo, idade, escolaridade e voto autárquico) e representativa do universo e foi extraída de um sub-universo obtido de forma idêntica. A amostra teve 600 entrevistas efectivas: 261 a homens e 339 a mulheres. A proporcionalidade pelas variáveis de estratificação é obtida após reequilibragem amostral. Técnica: Entrevista telefónica por C.A.T.I., tendo o trabalho de campo decorrido entre os dias 16 e 19 de Setembro de 2017, com uma taxa de resposta de 78,9%. Erro probabilístico: Para o total de uma amostra aleatória simples com 600 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,020 (ou seja, uma "margem de erro" – a 95% - de 4,00%). Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de Jorge de Sá e de João Queiroz.





pelo paÍs fora

Cinco propostas para melhorar a mobilidade

A par da habitação, a mobilidade ameaça tornar-se o grande tema destas autárquicas e todos os candidatos desfiam críticas ao que existe e lançam promessas para o futuro. Lisboa e Porto dão o exemplo, mas a mobilidade está também na agenda dos candidatos de cidades mais interiores, como Braga ou Coimbra.

Lisboa
PSD quer barcos a percorrer frente ribeirinha
Teresa Leal Coelho quer facilitar a mobilidade na cidade de Lisboa "através da criação de uma rede de transportes públicos fluviais, colectivos e individuais, ao longo da frente ribeirinha, desde Algés até ao Parque das Nações". Esta é uma das ideias propostas no programa eleitoral do PSD para Lisboa anunciado esta semana. Outra das ideias é criar metro à superfície entre Cais do Sodré e Algés, passando em locais como Santos, Alcântara e Belém.

Porto
Há zonas caóticas, diz Pizarro
O candidato socialista à Invicta sustenta que ao nível da mobilidade há "zonas caóticas, que precisam de resposta urgente". Manuel Pizarro pretende avançar com "novas modalidades de transporte e de partilha de transporte", mas quer que a questão seja abordada ao nível metropolitano. "É preciso que as cidades se preparem para a mobilidade eléctrica, para os modos suaves, a pé ou de bicicleta" e que "as pessoas possam ter acesso  de forma confortável, segura e de partilhada", diz.

Braga
Mobilidade "mais amiga da cidade", pede o BE
Uma "mobilidade mais amiga da cidade", defende Paula Nogueira, candidata bloquista à Câmara de Braga que esta quinta-feira, 21, percorreu vários trajectos dos Transportes Urbanos de Braga e encontrou várias entropias. O "nó da estação" é um dos exemplos do mau funcionamento da articulação entre transportes, no caso o comboio, o autocarro e os automóveis, sendo que a zona se encontra "zona completamente degrada" e a pedir intervenção urgente.

Coimbra
"A13 tem de ir até Viseu", defende Jaime Ramos
O candidato à Câmara pela coligação Mais Coimbra (PSD/CDS-PP/PPM/MPT), Jaime Ramos, reiterou esta quinta-feira a necessidade de se prolongar a A13 até Viseu, considerando-a uma das obras rodoviárias mais importantes "para o país". Esta auto-estrada, que parou em Coimbra, é "em termos rodoviários,  a obra mais importante" para a cidade e é uma das mais importantes para o país", considera.

Grande Lisboa
CDU quer eléctrico rápido Oeiras-Loures
A CDU, que junta comunistas e ecologistas, apelou esta semana à necessidade de reinvestimento público nos transportes colectivos para facilitar a mobilidade, nomeadamente um projecto de eléctrico rápido entre Oeiras, Amadora, Odivelas e Loures. Jerónimo de Sousa afirmou, num comício na Amadora, que o problema da mobilidade e do direito ao transporte é "dramático para centenas de milhares de pessoas".

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