Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Ucrânia: Presidente pede demissão do primeiro-ministro

"A terapia não é suficiente para renovar a confiança, é preciso cirurgia", afirmou o presidente ucraniano. Petro Poroshenko quer uma remodelação completa do Executivo mas sem convocar novas eleições.

Reuters
16 de Fevereiro de 2016 às 14:36
  • ...

O Presidente ucraniano Petro Poroshenko desafiou esta terça-feira, 16 de Fevereiro, o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk a demitir-se, dando espaço à criação de um novo Governo com o apoio do actual parlamento e sem convocar novas eleições.

"A terapia não é suficiente para renovar a confiança, é preciso cirurgia. (…) Para renovar a confiança no poder, o Presidente pediu ao procurador-geral e ao primeiro-ministro que se demitam", escreveu o porta-voz da presidência ucraniana, Svyatoslav Tsegolko, no Twitter.

Numa mensagem dirigida à população e também publicada nas redes sociais, Poroshenko defende que o Governo "perdeu o apoio da coligação" que o suportava, depois da tensão entre o Executivo e facções, o que poderia mergulhar o país numa "longa e prolongada crise política".


Na sua mensagem, o presidente cita ainda estudos de opinião segundo os quais 70% da população defendem a demissão do Governo. "É hoje óbvio que se impõe uma remodelação total do Governo. Cabe ao primeiro-ministro escolher a melhor forma de implementar este pedido. A total remodelação deve ser baseada na actual coligação", refere o comunicado.


Poroshenko diz que só dissolverá o Parlamento (a Verkhovna Rada) em última instância e que espera que tal não venha a ser necessário. "Espero que o parlamento encontre soluções rápidas e de Estado", defende, apontando ainda os caminhos que o futuro Governo tem de seguir: "Organizar privatizações justas, gerir de forma transparente as empresas públicas, implementar medidas contra a corrupção e continuar a cooperação com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e outras instituições financeiras ".


Na semana passada, a directora-geral do FMI ameaçou retirar o apoio da instituição à Ucrânia, denunciando a ausência de vontade de combater a corrupção no país: "Sem um novo esforço muito substancial para revigorar as reformas governamentais e combater a corrupção, é difícil ver como é que um programa apoiado pelo FMI pode continuar e ser bem sucedido", disse Lagarde.


Desde Outubro que o país espera que a instituição sedeada em Washington transfira uma tranche (a terceira) no valor de 1,5 mil milhões de euros, cujo pagamento tem sido adiado por insatisfação com o adiamento de reformas num país a braços com um crescimento negativo anual da economia que era superior a 7% no terceiro trimestre de 2015.

Arseniy Yatsenyuk lidera o governo ucraniano há quase dois anos, desde 27 de Fevereiro de 2014, depois da revolução que afastou o governo pró-russo de Kiev. Nas últimas semanas têm surgido notícias de fracturas entre os partidos que apoiam o Executivo. Esta terça-feira o Governo arriscava enfrentar uma possível moção de censura no Parlamento, com três partidos – entre os quais o de Petro Porochenko – a manifestarem a sua insatisfação com a condução política do Governo.

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio