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Poroshenko: Ucrânia avança com acordo comercial com UE

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, garantiu a entrada em vigor de comércio livre com a União Europeia, a 1 de Janeiro, apesar das restrições económicas ditadas por Moscovo.

16 de Dezembro de 2015 às 20:07
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Ao lado do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, Poroshenko informou esta quarta-feira que o seu país "está pronto a pagar o preço" pela aproximação comercial com o espaço europeu.

 

"Estamos prontos a pagar o preço pela nossa liberdade e pela nossa escolha europeia", disse em conferência de imprensa.

 

O presidente russo, Vladimir Putin, decretou hoje a suspensão do contrato de comércio livre com a Ucrânia, a partir de 1 de Janeiro, devido a "circunstâncias que prejudicam os interesses e a segurança económica da Federação da Rússia".

 

Concretamente, o documento suspende a aplicação à Ucrânia do tratado assinado a 18 de Outubro de 2011 e que criava um regime comercial especial entre os membros da Comunidade dos Estados Independentes (ex-URSS excepto países bálticos e Geórgia).

 

A Rússia tem vindo a repetir que o acordo de comércio livre entre Kiev e Bruxelas, previsto no Acordo de Associação entre a Ucrânia e a UE, pode inundar o seu mercado de produtos europeus se não forem tomadas medidas de protecção comercial.

 

Moscovo já ameaçou alargar à Ucrânia a 1 de Janeiro o embargo aplicado aos países ocidentais que sancionam a Rússia pelo seu envolvimento na crise ucraniana se não chegar a acordo com Bruxelas e Kiev sobre a aplicação do contrato entre eles.

 

"O DCFTA (o Acordo Abrangente e Aprofundado de Comércio Livre, em inglês Deep and Comprehensive Free Trade Agreement) não pode ser adiado", resumiu Poroshenko.

 

Antes do que apelidou de "minicimeira por se juntarem três presidentes", o líder ucraniano lembrou que os 28 "vão nas próximas horas tomar uma decisão política sobre o prolongamento de sanções à Rússia". "Que eu espero que seja formalizada no final da semana, por ser o único instrumento para motivar a Rússia a implementar, por completo, o acordo de (cessar-fogo) de Minsk", disse.

 

O líder ucraniano pediu a aprovação do Parlamento Europeu e dos Estados-membros da UE da liberalização de vistos para os seus compatriotas, face às reformas feitas no país e porque "apesar da especulação não há razão para achar que a Ucrânia é um risco de migração". "Somos uma nação responsável e provamo-lo", concluiu.

 

Por seu lado, Tusk afirmou que a UE continua a "política de não reconhecimento da anexação ilegal da Crimeia e Sebastopol" e que as sanções económicas contra a Rússia "continuam vinculadas ao cumprimento na íntegra dos acordos de Minsk".

 

Depois de saudar os esforços feitos pela Ucrânia na aproximação à Europa, Tusk concluiu que a "Europa vai manter o caminho. A Ucrânia deve manter o caminho das reformas. E a Rússia deve mudar o seu caminho".

 

O presidente da Comissão Europeia lembrou os mais de 20 encontros a três (UE, Ucrânia e Rússia) sobre o DCFTA e que "nem todas as diferenças foram ultrapassadas".

 

"Uma reunião ministerial agendada para decorrer em Bruxelas, a 21 de Dezembro, será a última oportunidade para encontrar um entendimento comum", comentou Juncker, apelando a um espírito de abertura para se encontrarem "soluções aceitáveis dentro dos limites: o DCFTA entrará em vigor a 1 de Janeiro do próximo ano e não pode ser alterado - nem directa nem indirectamente". 

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