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Ucrânia: Exigências de Tymoshenko dissipam esperança de nova coligação

O parlamento ucraniano ainda está longe de um acordo de coligação renovado que viabilize um novo Governo. A instabilidade política no país coloca em causa o programa de ajuda externa e ensombra a recuperação económica.

Reuters
29 de Março de 2016 às 18:56
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As exigências da ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko para que o partido Pátria integre uma nova coligação e reformule profundamente o Governo estão a dissipar a esperança de um acordo breve para um novo Executivo, escreve esta terça-feira a Reuters.

De acordo com esta agência, entre as condições está o recuo nos impostos sobre as pensões e nos aumentos dos preços da energia, sendo esta última uma das reformas impostas pelo programa do Fundo Monetário Internacional (FMI). O Pátria é o partido com menor representação parlamentar, mas os seus 19 deputados são suficientes para garantir à coligação a maioria necessária na Assembleia.


A reformulação profunda do Governo é vital para que o FMI desbloqueie mais uma tranche de ajuda financeira ao país. A instituição liderada por Christine Lagarde já alertou que a instabilidade política pode colocar em causa o programa de ajuda financeira no valor de 17,5 mil milhões de dólares (15,7 mil milhões de euros). Desde Outubro que a Ucrânia aguarda que o FMI desbloqueia a terceira tranche no valor de 1,5 mil milhões de euros.


As notícias do impasse chegam no mesmo dia em que o Parlamento ucraniano aprovou a demissão do procurador-geral Viktor Shokin, visto como um dos obstáculos ao combate à corrupção no país. O afastamento de Shokin surge depois de um pedido do presidente Petro Poroshenko para que o responsável se demitisse. Poroshenko desafiou não só o procurador-geral a fazê-lo, como o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk.

O seu objectivo com o pedido da saída de Yatsenyuk é que a reformulação do Governo seja levada a cabo sem recurso a novas eleições, levando o Presidente a considerar apenas numa última instância a dissolução do Parlamento (a Verkhovna Rada).

 

Apesar do pedido do Presidente, o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk, que lidera o governo ucraniano há mais de dois anos, desde 27 de Fevereiro de 2014, recusou deixar o cargo enquanto não existir um novo acordo de coligação. O líder do partido Frente Popular, Maksym Burbak, ao qual pertence o primeiro-ministro, adiantou à agência que não antevê um acordo antes da próxima semana.  

 

Escreve a Bloomberg que a instabilidade política ensombra a recuperação económica do país, mergulhado numa recessão e a braços com um conflito com Moscovo por causa da Crimeia.

Os juros da dívida soberana com maturidade a três anos agravaram-se em seis pontos base para 9,90% na sessão desta e o grívnia (divisa ucraniana) já perdeu 8,8% para ao dólar este ano - vale 3,8 cêntimos de dólar às 18:38, recuando cerca de 0,5%.

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