O Parlamento da Ucrânia aceitou esta quinta-feira, 14 de Abril, a saída do primeiro-ministro demissionário do país, Arseny Yatseniuk, e nomeou Volodymyr Groysman para substitui-lo no cargo de chefe do Executivo ucraniano.

Um novo governo liderado por Groysman (na foto), aliado do presidente Poroshenko, deverá pôr fim a meses de luta política que tem paralisado os esforços de combate à corrupção e atrasado a disponibilização de milhares de milhões de dólares de empréstimos estrangeiros.

A nomeação de Groysman foi apoiada por 257 deputados, muito acima dos 226 votos exigidos para a sua eleição.

Antes da votação, o agora primeiro-ministro eleito da Ucrânia garantiu que o seu governo estará comprometido com o combate à corrupção e com o reforço dos laços com a União Europeia.

"Eu entendo as ameaças que enfrentamos. Em particular, gostaria de destacar três ameaças - a corrupção, a ineficácia da governação e o populismo, que não representam uma ameaça menor do que o inimigo no leste da Ucrânia", referiu Groysman, referindo-se ao crescimento do movimento separatista pró-russo. "Eu vou mostrar-vos o que significa realmente liderar um país".

O governo liderado por Groysman deverá reforçar a influência do presidente Poroshenko na condução das políticas nacionais, sobretudo na vertente económica. No cargo de ministro das Finanças estará Oleksandr Danylyuk, um homem de confiança da administração Poroshenko, enquanto Stepan Kubiv, actual representante do presidente no Parlamento ocupará a liderança do ministério da Economia.

Danylyuk e Kubiv substituem Natalia Yaresko, elogiada por Washington pela sua gestão da crise da dívida da Ucrânia, e o antigo ministro da Economia, Aivaras Abromavicius, que liderou um movimento de privatização das empresas estatais e se demitiu, em Fevereiro, em protesto contra a corrupção.

Considerado um fiel do chefe de Estado ucraniano, Groysman é, aos 38 anos, o mais jovem chefe de governo da Ucrânia. Desde o final de 2014, dirigia o parlamento ucraniano, depois de ter sido durante vários meses vice-primeiro-ministro no executivo de Iatseniuk.

Antes da nomeação para o governo, na sequência da revolução popular pró-europeia na praça Maidan, em Fevereiro de 2014, Groysman foi durante oito meses presidente da câmara de Vinnytsia, uma cidade de 370 mil habitantes no centro-oeste da Ucrânia considerada um reduto de Poroshenko. 

O seu antecessor na liderança do executivo ucraniano demitiu-se no passado dia 10 de Abril, num contexto de instabilidade política devido à degradação da situação económica e ao lento progresso de reformas consideradas importantes para o país.