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Juncker vai à Rússia e irrita países de Leste
O líder da Comissão Europeia confirmou a participação num fórum económico a 16 de Junho. Kremlin rejeita avanço nas relações com o bloco europeu.
"O presidente Juncker foi convidado e planeia participar. (…) Ele vai usar esta oportunidade para reiterar à liderança russa, assim como a uma audiência mais vasta, a perspectiva da União Europeia a respeito do estado actual das relações entre a UE e a Rússia", referiu a porta-voz, citada pela Reuters.
É a 16 de Junho que o ex-primeiro-ministro luxemburguês e sucessor de Durão Barroso irá participar neste evento anual que junta políticos, homens de negócios e intelectuais na cidade russa, e que é encarado como uma versão de Vladimir Putin alternativa ao Fórum Económico Mundial, que se realiza anualmente em Davos, na Suíça.
Apelando a um "relacionamento prático" com Moscovo, o líder da Comissão Europeia, o braço executivo da UE, "partilha por completo" os princípios de aproximação à Rússia acertados em Março pelos 28 Estados-membros, reforçou a porta-voz. Entretanto, o Kremlin já veio dizer que não vê a visita como um avanço nas relações com o bloco europeu, embora tenha sublinhado que "o Presidente Putin saúda o diálogo com a Europa".
A participação de Juncker no evento, que se realiza entre 16 de 18 de Junho, está a ser muito criticada por alguns responsáveis europeus, sobretudo de Leste, que denunciam o "alto risco" político e defendem a manutenção de uma linha mais dura nas sanções económicas a Moscovo pelo apoio aos rebeldes ucranianos – e cuja decisão de renovação ou alívio será tomada em breve.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia disse ao site Politico que "reuniões como estas, que só servem para reunir, não trazem valor acrescentado às relações entre a UE e a Rússia". "O Kremlin usa estes encontros para criar a impressão de ‘business as usual’, e geralmente passa esta impressão para o seu próprio público", criticou Linas Linkevicius.