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Trump diz que nunca reconhecerá derrota eleitoral. Capitólio confinado devido a protestos

Antes de o Congresso se pronunciar e declarar o democrata Joe Biden como vencedor das eleições presidenciais de novembro, o ainda presidente Donald Trump falou perante os seus apoiantes e disse que não reconhece a derrota.

Reuters
Carla Pedro cpedro@negocios.pt 06 de Janeiro de 2021 às 19:20

O ainda presidente dos EUA declarou que nunca irá reconhecer a derrota nas eleições do passado mês de novembro. Donald Trump falou perante milhares de apoiantes, em Washington, desafiando o Congresso antes de este ratificar a vitória do democrata Joe Biden – que tomará posse a 20 de janeiro.

"Nenhum dos aqui presentes quer ver a nossa vitória nas eleições roubada pelos entusiasmados radicais de esquerda, os democratas", disse Trump, citado pela Bloomberg. "Nunca desistiremos, nunca reconheceremos a derrota", acrescentou.

Entretanto, os edifícios do Capitólio estão isolados, sem que seja permitida a entrada ou saída de pessoas, após o aumento da tensão entre as forças de segurança e os manifestantes, avançam a Bloomberg e a CNN. 

 

As declarações de Trump seguiram-se à segunda volta das eleições no estado da Geórgia para o Senado norte-americano, que custou aos republicanos um assento naquela câmara alta.

 

Ficaram lugares por preencher na câmara alta do Congresso dos EUA e ontem foi disputada a segunda volta na Geórgia, que fez o Senado pender para os democratas. Ao recuperarem o Senado, de maioria republicana neste mandato de Trump, os democratas ficam assim com a Casa Branca e com as duas câmaras do Congresso – a chamada "onda azul" (cor do partido).

 

Nalguns tweets, Trump reconheceu tacitamente que os republicanos perderão o controlo do Senado, tendo renovado a sua exigência ao Congresso para rejeitar as certificações estaduais da vitória de Biden nas presidenciais – concedendo assim um segundo mandato ao republicano.


Ontem à noite e hoje pela manhã, o ainda presidente escreveu na sua rede social de eleição, alegando que estavam a ser contados votos fraudulentos na Geórgia – mas as acusações não têm qualquer fundamento, sublinha a Bloomberg.

Nos muitos tweets que Donald Trump tem estado a publicar, a rede social tem deixado a ressalva (a vermelho) de que as afirmações sobre fraude na contagem dos votos são discutíveis.


Pressão sobre Pence

 

O ainda vice-presidente Mike Pence – que será substituído por Kamala Harris no cargo – disse na terça-feira a Trump que não tinha qualquer autoridade para bloquear a certificação da vitória de Biden nas eleições, sublinharam algumas fontes à CNN.

 

Por seu lado, Trump, que tem estado a pressionar Pence, advertiu-o que poderia ser politicamente "prejudicial" para ele se recusasse bloquear essa declaração de vitória, referiu uma outra fonte à mesma cadeia televisiva. 


Pence já formalizou entretanto a sua posição, numa missiva entregue no Congresso. Mas Trump manteve a pressão, no seu discurso feito esta tarde durante o evento denominado ‘Stop the Steal’ (Travem o Roubo) que teve lugar no Ellipse – um enorme parque a sul da Casa Branca, onde o ainda presidente falou aos apoiantes que ali estão reunidos.

 

Há meio século, este mesmo Ellipse foi palco de contestação das massas devido à Guerra do Vietname.

 

Momentos antes de o vice-presidente ter enviado a carta ao Congresso dizendo não ter qualquer autoridade "unilateral" para reverter os resultados, Trump ainda insistiu: "Mike Pence, espero que te ergas em prol do bom funcionamento da nossa Constituição e do nosso país. E se não o fizeres, ficarei muito desapontado contigo".

Congresso analisa objeção do Arizona

 

Entretanto, na sequência da objeção de senadores republicanos aos votos do Colégio Eleitoral no estado do Arizona, os membros do Congresso recolheram às suas respetivas câmaras baixa e alta para analisarem as alegações.

 

Estes debates só podem durar duas horas no máximo – cada congressista pode falar até cinco minutos, mas também podem ceder o seu tempo a outros membros. Em seguida, cada uma das câmaras irá votar separadamente, dando o seu parecer.

 

Embora se espere que todas as objeções caiam por terra, é um processo que está a atrasar o anúncio dos resultados.

Os quatro congressistas que irão ler em voz alta os resultados de cada estado nas eleições presidenciais são os senadores Roy Blunt (republicano, pelo estado do Missouri) e Amy Klobuchar (democrata, Minnesota), e os membros da Câmara dos Representantes Rodney Davis (Illinois) e Zoe Lofgren (Califórnia).

Mas agora os trabalhos no Congresso foram suspensos devido aos protestos caóticos no exterior por parte dos apoiantes de Trump.


(notícia em atualização)

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