Notícia
Capitólio considerado "seguro" após quatro horas de caos. Trabalhos retomados à noite
O estado caótico das manifestações em defesa de Trump, com os seus apoiantes a invadirem o Capitólio, levou o "mayor" de Washington D.C. a impor um recolher obrigatório a partir das 18:00. Depois de quatro horas de caos, o Capitólio foi considerado "seguro".
Congresso continua a contar votos
O Congresso continua a contar votos, numa noite que se espera longa depois do atraso decorrente do caos que se viveu no Capitólio com a invasão de apoiantes de Trump.
Antes da suspensão dos trabalhos, tinham sido apenas certificados 12 dos 538 votos para o Colégio Eleitoral. Depois de todos confirmados, o Congresso declarará a vitória de Joe Biden nas presidenciais de novembro.
Esta contagem é uma formalização, tendo os resultados apurados após as eleições revelado que Biden conquistou 306 votos eleitorais, bastante acima dos 270 delegados que são precisos para um dos candidatos ser considerado de imediato vencedor.
Já há demissões
Depois de Stephanie Grisham (que já foi diretora de comunicação da Casa Branca) se ter demitido nesta quarta-feira à tarde das funções de diretora de staff de Melania Trump, na sequência da violência dos manifestantes pró-Trump no Capitólio, agora foi a vez de a secretária dos assuntos sociais da Casa Branca, Anna Cristina "Rickie" Niceta, fazer o mesmo.
Niceta desempenhou o cargo de única secretária dos assuntos sociais da Administração Trump, tendo assumido esse posto em fevereiro de 2017.
Torna-se assim o segundo elemento da East Wing (ala leste da Casa Branca, onde está o gabinete da primeira-dama e da sua equipa) a bater com a porta.
A CNN avançou entretanto, citando várias fontes próximas dos visados, que podem estar a caminho mais anúncios de demissões, nomeadamente três elementos de topo da equipa de Trump. São eles o conselheiro de segurança nacional, Robert O’Brien, e o seu vice-conselheiro Matt Pottinger, bem como o vice-diretor de staff, Chris Lidell.
Facebook bloqueia Trump durante 24 horas
Depois de o Twitter anunciar que iria bloquear durante 12 horas a conta de Donald Trump, foi a vez de mais uma rede social tomar medidas idênticas.
O Facebook revelou que vai impedir, durante 24 horas, que Trump faça publicações.
Guarda Nacional protege Capitólio até à tomada de posse de Biden
A pedido da Guarda Nacional dos Estados Unidos, o governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, destacou 1.000 membros da Guarda Nacional de Nova Iorque para Washington D.C., "para ajudar a facilitar uma pacífica transferência de poder".
"Durante 244 anos, a pedra basilar da nossa democracia tem sido a pacífica transição de poder, e Nova Iorque está pronta a ajudar a garantir que se cumpra a vontade do povo americano, de forma segura e decisiva", disse Cuomo numa declaração citada pela CNN.
As tropas serão destacadas para o local durante cerca de duas semanas. Cuomo disse que o envio daqueles membros da Guarda Nacional "não terá impacto nos esforços contínuos do estado de Nova Iorque para travar e combater a covid-19".
Joe Biden tomará posse como novo presidente dos EUA no próximo dia 20 de janeiro.
Obama diz que acontecimentos foram "incitados por um presidente em funções"
O ex-presidente norte-americano Barack Obama emitiu uma declaração esta noite, tendo pedido aos republicanos que "escolham a realidade e deem o primeiro passo para extinguir as chamas".
Obama declarou que os acontecimentos que tiveram lugar em Washington D.C. nesta quarta-feira foram "incitados por um presidente em funções".
"A História irá recordar devidamente a violência de hoje no Capitólio – incitada por um presidente no exercício das suas funções que tem continuado a mentir infundadamente sobre o resultado de eleições legítimas – como um momento de grande desonra e vergonha para a nossa nação. Mas estaríamos a enganar-nos a nós mesmos se víssemos este acontecimento com total surpresa", afirmou.
E prosseguiu: "Fiquei animado por ver muitos membros do partido do presidente a falarem hoje com grande determinação. As suas vozes juntam-se aos exemplos de responsáveis eleitorais republicanos, estaduais e locais, em estados como a Geórgia, que recusaram deixar-se intimidar e abandonaram as suas funções de forma honrosa. Precisamos de mais líderes como estes – agora mesmo e nos dias, semanas e meses que temos pela frente, enquanto o presidente eleito Biden trabalha no sentido de restaurar um propósito comum para a nossa política. Compete-nos a todos, enquanto americanos, independentemente de partidos, apoiá-lo na prossecução desse objetivo.
Procurador pede a Pence que invoque 25.ª Emenda para destituir Trump
O Procurador-geral de Washington D.C. (District of Columbia), Karl Racine, apelou ao vice-presidente norte-americano, Mike Pence, para que invoque a 25.ª Emenda e abra assim caminho à destituição de Donald Trump.
"Quer se goste ou não do vice-presidente Pence, o facto é que ele está mais adequado ao cargo… precisamos de um comandante supremo que cumpra as suas responsabilidades constitucionais", disse Racine à CNN.
"Peço ao vice-presidente para, por favor, dar o passo seguinte. Cumpra o seu dever constitucional. Proteja a América, defenda a democracia e invoque a 25.ª Emenda", declarou.
Para tal, explicou, é preciso que Pence se mexa e consiga a maioria do Gabinete presidencial ou a maioria do Congresso para destituir de imediato o presidente, pois ele não está, claramente, habilitado a desempenhar essas funções.
Santos Silva acompanha preocupado "ataque sem precedentes" ao Capitólio
O chefe da diplomacia portuguesa disse estar a acompanhar a situação em Washington com "muita preocupação e também com alguma estupefação", dizendo que o "ataque sem precedentes" ao Capitólio norte-americano não representa as instituições democráticas dos EUA.
"Muita preocupação e também com alguma estupefação. Isto não são os Estados Unidos, não são as instituições democráticas norte-americanas. É a primeira vez que uma transição entre dois presidentes não se faz de uma forma ordeira e coordenada como a Constituição e as leis americanas preveem", disse Augusto Santos Silva à Lusa.
Recorde-se que milhares de anifestantes apoiantes do presidente cessante, Donald Trump, invadiram o Capitólio e entraram em confronto com as forças de segurança, enquanto os membros do Congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do presidente eleito, Joe Biden, nas eleições de novembro.
O governante português considerou que o "ataque sem precedentes" ao Capitólio é "condenável a todos os títulos", e criticou as palavras de Donald Trump antes da invasão pelos manifestantes. "Este ataque sem precedentes ao Capitólio americano é também condenável a todos os títulos – e que tenha havido por trás desse ataque, ou imediatamente antes, palavras desajustadas do ainda presidente, ainda é mais perturbador"
Augusto Santos Silva reforçou que a posição portuguesa é "de uma enorme preocupação", mas manifestou "uma grande confiança" nas instituições dos EUA. O ministro português espera que o que aconteceu na quarta-feira tenha sido "apenas um episódio" e "não uma sequência de operações".
Lamentou também a morte de uma pessoa e apontou que não há registo de problemas com portugueses no local. "Evidentemente que tomámos algumas diligências, mas do meu conhecimento não há nenhuma preocupação com os muitos portugueses que vivem nos Estados Unidos", concluiu.
Twitter bloqueia conta de Trump
A rede social das micromensagens anunciou que vai bloquear durante 12 horas a conta de Donald Trump.
O Twitter é a rede de eleição do ainda presidente norte-americano e esta quarta-feira muitas das suas mensagens foram tidas como de incentivo aos violentos protestos que ocorreram em Washington D.C., já que Trump recusou em dar-se por vencido nas eleições.
Morreu mulher que estava em estado grave
Faleceu a mulher que foi baleada durante o cerco ao Capitólio e transportada em estado crítico para o hospital, noticiou a Bloomberg.
Trump culpa "fraude nas eleições" e diz que é dia para recordar
Donald Trump continua no Twitter a culpar o que apelida de fraude nas eleições pelo caos que se viveu hoje em Washington, com o Capitólio a ser invadido durante quatro horas. Num tweet publicado há instantes, diz que este é um dia para recordar.
These are the things and events that happen when a sacred landslide election victory is so unceremoniously & viciously stripped away from great patriots who have been badly & unfairly treated for so long. Go home with love & in peace. Remember this day forever!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 6, 2021
Capitólio considerado "seguro" após quatro horas de caos. Trabalhos retomados hoje
Está confirmado. Os membros do Congresso (Senado e Câmara dos Representantes) vão retomar ainda hoje os trabalhos de modo a que prossiga a certificação de Joe Biden como Presidente dos EUA.
Esta garantia foi dada depois das forças de segurança terem declarado o Capitólio como "seguro" e livre dos violentos protestos que marcaram o dia desta quarta-feira.
O anúncio "o Capitólio está seguro" foi emitido em alta voz hoje à noite num local seguro dentro do edifício onde se encontravam os membros da Câmara dos Representantes, que reagiram com um aplauso.
Manifestantes usaram químicos e deixaram explosivo no Capitólio
Pelo menos um dispositivo explosivo foi encontrado perto do Capitólio dos EUA, depois de manifestantes pró-Trump terem invadido o edifício, e as autoridades dizem que ativistas usaram produtos químicos contra a polícia.
As autoridades norte-americanas disseram que o dispositivo explosivo não constituiu um risco para a segurança do Capitólio, mas a sua presença espoletou um forte dispositivo de segurança no seu perímetro.
O chefe da polícia de Washington, Robert Contee, disse ainda que alguns manifestantes usaram "irritantes químicos" contra os agentes de segurança destacados para garantir a segurança dos congressistas, que tiveram de interromper os trabalhos de contagem de votos do Colégio Eleitoral, para validar a vitória do democrata Joe Biden.
UE condena cerco à democracia americana e pede respeito por resultados
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, condenou hoje o "cerco à democracia norte-americana" com violentos protestos e invasão do Capitólio, vincando que os resultados das eleições presidenciais "devem ser plenamente respeitados".
"Aos olhos do mundo, a democracia norte-americana aparece hoje à noite sob cerco. Este é um ataque invisível à democracia norte-americana, às suas instituições e ao Estado de direito", reagiu Josep Borrell, numa publicação na sua conta oficial do Twitter.
Numa altura de tensão em Washington, o Alto Representante da UE para a Política Externa vincou que "isto não é a América", adiantando que "os resultados eleitorais de 03 de novembro devem ser plenamente respeitados".
Josep Borrell disse, ainda, "louvar as palavras de Joe Biden", que pediu contenção.
Von der Leyen diz acreditar na “força da democracia” nos Estados Unidos
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse acreditar na "força da democracia" nos Estados Unidos, onde se registaram hoje violentos protestos e invasão do Capitólio, instando a uma transição pacífica de Trump para Biden.
"Acredito na força das instituições dos Estados Unidos e na democracia. A transição pacífica deve ser a base", escreveu Ursula von der Leyen, reagindo através da rede social Twitter às fortes tensões em Washington.
António Costa reage no Twitter
O primeiro-ministro, António Costa, considerou hoje inquietantes os recentes episódios no Capitólio, em Washington, salientando que o resultado das eleições presidenciais norte-americanas deve ser respeitado, dando lugar a uma transição pacífica e ordeira do poder.
Esta posição foi transmitida pelo líder do executivo português na sua conta pessoal na rede social Twitter, numa mensagem em que diz estar a acompanhar "com preocupação os desenvolvimentos em Washington".
"São imagens inquietantes. O resultado das eleições deve ser respeitado, com uma transição pacífica e ordeira do poder. Confio na solidez das instituições democráticas dos Estados Unidos", escreve António Costa.
Acompanho com preocupação os desenvolvimentos em #Washington. São imagens inquietantes. O resultado das eleições deve ser respeitado, com uma transição pacífica e ordeira do poder. Confio na solidez das instituições democráticas dos #EUA.
— António Costa (@antoniocostapm) January 6, 2021
Há democratas a pedir "impeachment" de Trump
Alguns democratas estão a instar à destituição imediata de Donald Trump, argumentando que não lhe deveria ser permitido terminar as duas últimas semanas do seu mandato.
Congressistas vão prosseguir trabalhos
O senador republicano Ben Sasse disse, citado pela Bloomberg, que é provável que os congressistas regressem ainda esta noite ao Capitólio para prosseguirem os trabalhos.
Estava previsto o Congresso declarar hoje o vencedor das presidenciais nos EUA, mas os tumultos por partes dos apoiantes de Trump levaram à suspensão das atividades.
O Congresso esteve reunido para contar os votos eleitorais e declarar o vencedor das eleições de novembro de 2020, mas tudo se atrasou com a cessação dos trabalhos enquanto os seus membros eram colocados em lugares seguros depois de os manifestantes invadirem o Capitólio.
Há fotos de um manifestante na cadeira do "speaker" do Senado e de um outro na cadeira do gabinete da líder da maioria democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.
Esta contagem dos votos, normalmente uma mera formalidade, já estava a ser mais morosa devido às alegações de fraude eleitoral.
Recorde-se que o democrata Joe Biden é tido como o vencedor das eleições, estando previsto que tome posse a 20 de janeiro.
Estava também previsto para hoje o anúncio formal do resultado da segunda volta das eleições no estado da Geórgia para o Senado norte-americano. Ficaram lugares por preencher na câmara alta do Congresso dos EUA e ontem foi disputada a segunda volta na Geórgia, que fez (pelo que já está a ser veiculado informalmente) o Senado pender para os democratas.
Wall Street ignora caos em Washington e Dow galga patamar dos 31.000 pontos
As praças norte-americanas encerraram maioritariamente em alta, apesar dos tumultos no Capitólio, e o Dow Jones e S&P 500 estabeleceram mesmo novos máximos históricos.
O Dow Jones fechou a somar 1,44% para os 30.829,40 pontos, um recorde de fecho, depois de durante a sessão ter também tocado num máximo de sempre, nos 31.022,65 pontos. Nunca antes tinha pisado o território dos 31.000 pontos.
Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 avançou 0,57% para 3.748,14 pontos. Na negociação intradiária escalou para o valor mais alto da sua história, nos 3.783,04 pontos.
Em contrapartida, o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 0,61% para 12.740,79 pontos, penalizado por cotadas como a Apple, Microsoft e Alphabet. O seu recorde foi marcado a 29 de dezembro, nos 12.973,33 pontos.
Apesar do caos gerado pelas violentas manifestações por parte dos apoiantes de Donald Trump em Washington D.C., no recinto do Capitólio – que alberga os edifícios do Congresso –, os investidores focaram-se na possibilidade (entretanto confirmada pela CBS e NBC) de os democratas recuperarem o controlo do Senado.
Ontem decorreu a segunda volta das eleições no estado da Geórgia para o Senado (pois tinham ficado lugares por preencher), que acabou por custar aos republicanos um assento e devolveu aos democratas a maioria na câmara alta do Congresso.
Ao recuperarem o Senado, de maioria republicana neste mandato de Trump, os democratas ficam assim com a Casa Branca e com as duas câmaras do Congresso – a chamada "onda azul" (cor do partido) –, o que estimulou o mercado, já que isso ajudará Joe Biden a prosseguir sem grandes sobressaltos com o seu programa económico.
Trump diz a apoiantes para saírem do Capitólio
Donald Trump já pediu aos seus apoiantes para deixarem o Capitólio, que se encontra cercado há várias horas.
Entretanto, uma fonte disse à CNN que os manifestantes querem ocupar os edifícios do Congresso durante a noite. Resta saber se, com o apelo de Trump, irão retirar-se.
O apelo de Trump, numa mensagem de vídeo, está a ser considerado dúbio - pois ao mesmo tempo que pede aos apoiantes para saírem do Capitólio, reitera que houve um "roubo" nas eleições.
Polícia desativa dois explosivos
Pelo menos duas bombas caseiras foram desativadas pelas autoridades policiais em Washington D.C., uma no complexo do Capitólio e outra num edifício que alberga os escritórios do Comité Nacional Republicano, contou à CNN uma força de segurança.
O mesmo responsável disse que se tratavam de explosivos reais e que foram destruídos.
Biden apela a Trump para cumprir juramento e defender a Constituição
Joe Biden apelou a Trump para que fale na TV à nação e condene os seus apoiantes que invadiram o Capitólio.
"As palavras de um presidente são importantes, independentemente de quão bom ou mau esse presidente seja. No que têm de melhor, as palavras de um presidente podem ser inspiradoras. No que têm de pior, podem ser incitadoras [de violência]. Por isso, apelo ao presidente Trump que vá agora à televisão nacional cumprir o seu juramento e defender a Constituição e que peça que se ponha termo a este cerco", declarou Biden num discurso dirigido aos americanos.
Biden, que tomará posse no próximo dia 20 como o próximo presidente dos EUA – algo que Trump insiste em recusar – classificou a amotinação de hoje como uma "insurreição".
Polícia levado para o hospital depois de atacado com gás pimenta
O diretor de comunicações dos Serviços de Incêndios e Emergência Médica de Washington D.C., Douglas Buchanan, disse que pelo menos um polícia foi levado para um hospital da zona, depois de ser atacado com gás pimenta.
Buchanan avançou também que várias outras pessoas foram transportadas para hospitais ao longo do dia, com episódios desde uma paragem cardiorespiratório até uma queda de um andaime na ala oriental do Capitólio.
Democratas recuperam o Senado
Tal como já se esperava, os democratas recuperam o controlo da câmara alta do Congresso, avançaram a NBC e a CBS.
Ontem decorreu a segunda volta das eleições no estado da Geórgia para o Senado (pois tinham ficado lugares por preencher), que acabou por custar aos republicanos um assento e devolveu aos democratas a maioria na câmara alta do Congresso.
Ao recuperarem o Senado, de maioria republicana neste mandato de Trump, os democratas ficam assim com a Casa Branca e com as duas câmaras do Congresso – a chamada "onda azul" (cor do partido).
Trump envia Guarda Nacional para o Capitólio
Donald Trump ordenou à Guarda Nacional e a outros "serviços de proteção federal" para se dirigirem ao Capitólio e travarem os tumultos, diz a Bloomberg.
"Reiteramos o apelo do presidente Trump contra a violência e para sejam pacíficos", refere a secretaria de imprensa da Casa Branca.
Trump tinha já pedido aos manifestantes para não antagonizarem a polícia do Capitólio e instado a que se mantivessem pacíficos. A sua filha Ivanka Trump publicou um tweet no mesmo sentido, que depois eliminou, já que chamava aos manifestantes "Patriotas Americanos".
Republicanos pedem a Trump que atue
Muitos republicanos têm estado a pedir a Trump para que se dirija à nação e considere inaceitáveis estes tumultos.
Mile Gallagher, membro republicano da Câmara dos Representantes, disse a Trump: "Diga-lhes que parem. Acabou. As eleições acabaram".
Já Ted Cruz, senador republicano pelo estado do Texas, instou os manifestantes com um "Parem JÁ".
Those storming the Capitol need to stop NOW.
— Ted Cruz (@tedcruz) January 6, 2021
The Constitution protects peaceful protest, but violence—from Left or Right— is ALWAYS wrong.
And those engaged in violence are hurting the cause they say they support.
Biden vai falar ao país
Joe Biden, que tomará posse no próximo dia 20 como novo presidente dos EUA, encontra-se em Wilmington (Delaware), onde esteve a falar sobre a covid-19, a situação da economia e os resultados no estado da Geórgia das eleições para o Senado – onde os democratas ganharam, recuperando assim o controlo da câmara alta do Congresso e viabilizando a chamada "onda azul".
Biden tem estado a acompanhar a situação que se vive em Washington D.C. – e não só, uma vez que há relatos de tumultos noutros estados – e espera-se que fale ao país sobre esta escalada de violentos protestos.
Mulher baleada
A CNN avança que há uma mulher em estado crítico, depois de ter sido baleada no peito, nos terrenos do Capitólio (que alberga o Congresso).
Há relatos de mais feridos.
“This is treason. This is insurrection. This is rebellion,” says @VanJones68 of pro-Trump rioters. “I have heard people looking at small protests in Portland, Oregon — where people were teargassed, beaten, kidnapped — and they said... ‘We have to have law and order.’” pic.twitter.com/KxnaEEZBjk
— CNN (@CNN) January 6, 2021
Trabalhos suspensos no Capitólio
Os congressistas norte-americanos, que estão hoje em processo de contagem formal dos votos eleitorais, tiveram de suspender os trabalhos devido à agitação no Capitólio por parte dos apoiantes de Donald Trump.
Esta situação, com milhares de pessoas a tentarem invadir os edifícios do Capitólio - e muitas delas já o conseguiram, levou o presidente da câmara de Washinghton D.C. a impor um recolher obrigatório a partir das 18:00 de hoje [23:00 em Lisboa] e até às 06:00 de quinta-feira.
Today, I'm ordering a citywide curfew for the District of Columbia from 6:00 p.m. on Wednesday, January 6, until 6:00 a.m. on Thursday, January 7. pic.twitter.com/lp6Pt3DcYC
— Mayor Muriel Bowser (@MayorBowser) January 6, 2021
A polícia já acorreu ao local e há relatos, segundo a CNN, de que poderá haver bombas caseiras. Já foi lançado gás lacrimógeno e as autoridades policiais estão em alerta máximo.
Dada esta situação, a certificação do Colégio Eleitoral, por parte do Congresso, com a declaração da vitória do democrata Joe Biden nas presidenciais de novembro, foi suspensa.
O Huffington Post tem uma fotografia de um manifestante sentado no lugar do "speaker" do Senado.
Os líderes de ambas as câmaras do Congresso estão em local seguro, que não foi divulgado, avança a CNN.
Segundo a CNN, a Casa Branca está já também em estado de segurança elevada. O staff da Casa Branca e os jornalistas podem entrar e sair, mas há já polícias com armas de grande porte e a patrulharem o terreno.
Trump regressou à Casa Branca
O ainda presidente Donald Trump já regressou à Casa Branca depois de ter estado presente numa manifestação em seu apoio, esta tarde, num evento denominado ‘Stop the Steal’ (Travem o Roubo) que teve lugar no Ellipse – um enorme parque a sul da Casa Branca, onde o ainda presidente falou aos apoiantes que ali estão reunidos.
Há meio século, este mesmo Ellipse foi palco de contestação das massas devido à Guerra do Vietname.
O ainda vice-presidente Mike Pence – que será substituído por Kamala Harris no cargo – disse na terça-feira a Trump que não tinha qualquer autoridade para bloquear a certificação da vitória de Biden nas eleições.
Por seu lado, Trump advertiu Pence para o facto de poder ser politicamente "prejudicial" para ele se recusasse bloquear essa declaração de vitória.
No entanto, Pence acabou mesmo por formalizar hoje a sua posição, numa missiva entregue no Congresso.
Momentos antes de o vice-presidente ter enviado a carta ao Congresso dizendo não ter qualquer autoridade "unilateral" para reverter os resultados, Trump ainda insistiu: "Mike Pence, espero que te ergas em prol do bom funcionamento da nossa Constituição e do nosso país. E se não o fizeres, ficarei muito desapontado contigo".
Perante os seus apoiantes, Trump disse esta tarde que nunca reconhecerá a derrota. "Nenhum dos aqui presentes quer ver a nossa vitória nas eleições roubada pelos entusiasmados radicais de esquerda, os democratas", disse Trump, citado pela Bloomberg. "Nunca desistiremos, nunca reconheceremos a derrota", acrescentou.
As declarações de Trump seguiram-se à segunda volta das eleições no estado da Geórgia para o Senado norte-americano, que custou aos republicanos um assento naquela câmara alta.
Ficaram lugares por preencher na câmara alta do Congresso dos EUA e ontem foi disputada a segunda volta na Geórgia, que fez o Senado pender para os democratas. Ao recuperarem o Senado, de maioria republicana neste mandato de Trump, os democratas ficam assim com a Casa Branca e com as duas câmaras do Congresso – a chamada "onda azul" (cor do partido).
Nalguns tweets, Trump reconheceu tacitamente que os republicanos perderão o controlo do Senado, tendo renovado a sua exigência ao Congresso para rejeitar as certificações estaduais da vitória de Biden nas presidenciais – concedendo assim um segundo mandato ao republicano.
Ontem à noite e hoje pela manhã, o ainda presidente escreveu na sua rede social de eleição, alegando que estavam a ser contados votos fraudulentos na Geórgia – mas as acusações não têm qualquer fundamento, sublinha a Bloomberg.