Já terminou o terceiro encontro - desde quarta-feira à noite - entre o primeiro-ministro e Paulo Portas. A reunião entre os dois responsáveis teve lugar em São Bento.

Passos e Portas tinham já estado reunido esta quinta-feira após o Conselho de Ministros. Este encontro decorreu na Presidência do Conselho de Ministros e durou menos de duas horas. Segundo a Lusa, que cita fonte do Governo, a reunião foi "muito construtiva".

Na quarta-feira à noite os dois responsáveis ainda reuniram, depois de Passos Coelho ter chegado de Berlim, onde participou numa reunião europeia que tinha como tema o fomento do emprego, e depois do CDS ter mandatado Paulo Portas para negociar com o primeiro-ministro.

Dentro de uma hora, às 17h00, Passos Coelho ruma a Belém onde irá reunir-se com Cavaco Silva. Falta saber se o primeiro-ministro já vai apresentar ao Presidente da República uma solução para a crise política gerada pela demissão de Paulo Portas.

Os encontros entre Passos e Portas surgem depois do líder do CDS ter apresentado a sua demissão e de Passos Coelho ter rejeitado aceitá-la antes de tentar chegar a um acordo com o ministro de Estado.

Na conferência de imprensa sobre as conclusões do Conselho de Ministros desta quinta-feira, em que Paulo Portas foi o único ausente, o ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, confirmou à comunicação social que o presidente do CDS-PP se tinha deslocado à sede do Governo para se encontrar com o primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho.

"Posso confirmar que sei que o senhor ministro dos Negócios Estrangeiros veio ter aqui à Gomes Teixeira com o primeiro-ministro. Se eles ainda estão no edifício ou não, isso não sei", declarou Luís Marques Guedes, depois de ter referido que o primeiro-ministro "tem um gabinete próprio" no edifício da Presidência do Conselho de Ministros.

A Comissão Executiva do CDS-PP mandatou na quarta-feira o presidente do partido, Paulo Portas, para se reunir com o presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, com o objectivo de encontrarem "uma solução viável para a governação em Portugal".

Na terça-feira, Pedro Passos Coelho fez uma declaração ao país em que manifestou surpresa pela decisão de Paulo Portas, defendeu ser "precipitado" aceitar esse pedido de demissão e afirmou que iria manter-se como primeiro-ministro e clarificar as condições de apoio ao Governo de coligação com o CDS-PP.

Paulo Portas demitiu-se na sequência da demissão de Vítor Gaspar de ministro de Estado e das Finanças, e da substituição deste por Maria Luís Albuquerque, divulgadas na segunda-feira.