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Sócrates: “Os que chumbaram o PEC IV prejudicaram o País”

O antigo primeiro-ministro rejeita qualquer responsabilidade no pedido de ajuda externa e acusa a direita de ter aproveitado o momento para ganhar as eleições. Acredita que o PEC IV “era uma boa saída para Portugal”, e defende eleições antecipadas “o mais cedo possível”.

João Miguel Rodrigues/Correio da Manhã
22 de Outubro de 2013 às 16:44
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Numa longa entrevista à TSF, José Sócrates recorda o período que antecedeu o pedido de ajuda externa no início de Maio de 2011. Revela que convidou, mais do que uma vez, Pedro Passos Coelho para uma coligação mas que a resposta do líder da oposição foi sempre negativa. “Falei duas ou três vezes ao então líder da oposição nessa possibilidade. Isso foi recusado porque o líder da oposição queria ser primeiro-ministro”.

 

O antigo chefe do Governo garante que sempre se opôs à ajuda externa e que fez o possível para a evitar. “Sabia que pagaríamos um preço demasiado elevado [pela ajuda externa]. Mas durante uns meses convivi com uma direita que só queria a ajuda externa”, recorda Sócrates, rejeitando assim qualquer responsabilidade no pedido de ajuda externo feito a 3 de Maio de 2011. “A responsabilidade do pedido de ajuda é da direita que quis aproveitar o momento para ganhar eleições”.

 

O chumbo o PEC IV e o consequente pedido de ajuda foi, no entender de Sócrates, o primeiro erro do PSD, ainda como partido da oposição. O antigo primeiro-ministro acredita que o PEC IV era uma boa saída para Portugal e que aqueles que o chumbaram prejudicaram o País”. O segundo erro do PSD, agora já como Governo, foi ter ido além do memorando de entendimento assinado com a troika, afirma José Sócrates.

 

Defende a realização de eleições antecipadas o "mais rápido possível", por acreditar que o País precisa de "outros orçamentos" e de "outra política".

 

"Fui muito feliz entregue à vida contemplativa" em Paris

 

Nesta entrevista à estação de rádio TSF, José Sócrates fala ainda sobre os dois anos que se seguiram à derrota nas eleições legislativas. Neste período, o antigo chefe do Governo foi estudar para Paris e garante que não sentiu falta da vida política activa. "Fui muito feliz nestes dois anos, entregue ao que os filósofos chamam de vida contemplativa por oposição à vida activa".

 

Questionado sobre a frase "Não quero voltar a depender do favor popular", dita ao "Expresso" na entrevista do passado Sábado, 19 de Outubro, José Sócrates explicou que, neste momento, só quer ter responsabilidades consigo próprio. "Tenho a estranha e feliz liberdade de responder apenas perante mim próprio", disse.     

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