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Seixas da Costa: "O PSD-CDS ganhou as eleições e a ele compete formar Governo”

O antigo secretário de Estado dos Assuntos Europeus defende que “o PSD-CDS ganhou as eleições e a ele compete formar Governo”. Num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias, Seixas da Costa justifica a sua posição: “Não me apetece errar de novo”.

Francisco Seixas da Costa. Pasta provável: Negócios Estrangeiros
Negócios 15 de Outubro de 2015 às 09:03
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"De acordo com os hábitos constitucionais portugueses, o PSD-CDS ganhou as eleições e a ele compete formar Governo", defende Francisco Seixas da Costa, antigo secretário de Estado dos Assuntos Europeus do Governo socialista liderado por António Guterres, num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias.

O embaixador invoca a manifestação da Alameda, em 1975, quando o PS travou os ímpetos de poder do PCP, para justificar a sua posição. E revela que duvida que o Bloco de Esquerda e o PCP venham a apoiar o PS quando for necessário aprovar medidas para garantir a manutenção de Portugal no euro.

 

"Em 1975, não estive na Alameda, ao lado de Mário Soares, com o PS à frente, e a direita recolhida atrás, enfrentando uma deriva que podia ter posto em causa a democracia em que hoje, felizmente, vivemos. Por essa época, eu não tinha razão e Soares tinha. Hoje, embora as coisas já não tenham um dramatismo existencial, não me apetece errar de novo", defende Seixas da Costa.

 

Para o socialista, a maioria de esquerda, que o líder do PS tem procurado negociar com o Bloco de Esquerda e o PCP para propor uma alternativa de governo à coligação Portugal à Frente, do PSD e do CDS, enfrenta o problema de não ter sido sujeita à votação dos portugueses.

 

"Os descontentes com a política cessante constituem uma maioria, embora negativa, é certo. Os partidos que, titulando essa linha, se apresentaram a eleições não revelaram então que se propunham, conjuntamente, apoiar uma solução alternativa de governo", alerta Seixas da Costa.

 

O embaixador "percebe e partilha o desejo maioritário que prevalece no país de ‘ver-se livre’ da desastrada governação PSD-CDS". Mas alerta que essa alternativa tem um "preço", que o antigo governante socialista receia ser elevado e que pode pôr em causa a permanência de Portugal no euro.

"Nada temo de um governo do PS, para cujo programa dei mesmo uma modesta contribuição. Tenho a profunda convicção de que António Costa é, de longe, a personalidade mais bem preparada para ser primeiro-ministro de Portugal, que jamais conduzirá a prática governativa por caminhos que ponham minimamente em causa os compromissos europeus e internacionais do país. É uma figura com grande sentido de Estado e de responsabilidade, que formará um excelente governo. O problema não é esse", escreve Seixas da Costa.

 

O problema é o que o embaixador reconhece: "não tenho a menor confiança - e reivindico essa liberdade - de que seja possível garantir que o PCP e o BE sustentem, ao longo da legislatura, um apoio contínuo que, por exemplo, permita aprovar eventuais medidas, de natureza institucional ou em matéria de política financeira, que possam vir a ser indispensáveis para garantir a continuidade da nossa presença no euro".

(Notícia corrigida às 11h11: Seixas da Costa ocupou o cargo de secretário de Estado dos Assuntos Europeus e não de ministro dos Negócios Estrangeiros como referia a peça inicial)
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