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Rui Rio teme aumento de tensão e reitera pedido de elevação no debate

O candidato à liderança do PSD Rui Rio disse hoje que a tensão aumenta a cada dia que passa até às eleições no partido e insistiu no pedido para ser mantida a "elevação no debate".

Lusa
07 de Janeiro de 2018 às 20:01
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"Depois, no dia seguinte, somos todos do mesmo partido, temos de estar todos unidos e isto pode criar divisões, não é entre mim e ele [Pedro Santana Lopes], é entre os militantes, que depois podem ser difíceis de sarar", afirmou, à margem de uma sessão com militantes do PSD em Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real.

 

"Cada dia que passa até ao próximo sábado aumenta a tensão e há a tendência para cairmos nestas coisas", frisou.

 

Rui Rio disse ainda que, nesta fase da campanha, o seu adversário na corrida à liderança do PSD, Santana Lopes, "tende a agudizar o discurso" porque "sabe perfeitamente que vai atrás".

 

"Neste momento eu sei que a tendência de voto é muito superior em mim do que é nele e ele sabe e é por isso que alterou a táctica", afirmou.

 

Rui Rio sugeriu um pedido de desculpas de Santana Lopes pela entrevista ao jornal Expresso, publicada no sábado, e referiu que ainda não ouviu um desmentido pela voz do adversário.

 

A candidatura de Santana Lopes divulgou no sábado um comunicado referindo que o jornal, na primeira página, escreve "falsidades" quando diz que Santana Lopes acusa Rui Rio "de ser «limitado e paroquial»".

 

"Esta candidatura repudia veementemente tais imputações, uma vez que essas palavras nunca foram proferidas pelo candidato na referida entrevista. O que, aliás, se pode confirmar mediante a leitura das perguntas e as respectivas respostas de Pedro Santana Lopes, de onde foram extraídas essas falsidades", lê-se no comunicado.

 

Na entrevista ao Expresso, Santana Lopes afirma que Rui Rio "tem uma visão limitada do conhecimento do país e do mundo."

 

Noutra resposta ao Expresso, Santana Lopes afirma que Rui Rio "tem uma visão muito paroquial", como acontece, por exemplo, "no Estado e nas empresas", em que o seu rival "faz parte de um conjunto de pessoas que tem uma maneira de pensar muito resignada sobre Portugal". 

 

A candidatura de Santana Lopes realça, no mesmo comunicado de sábado, "que a prática do candidato Pedro Santana Lopes se tem pautado precisamente por se abster de fazer qualquer tipo de apreciações de personalidade ou de carácter do seu oponente."

 

Rio garantiu que tem mantido sempre a mesma postura e voltou a ser questionado pelos jornalistas sobre o tema trazido no sábado a público pelo ministro Vieira da Silva que, numa entrevista à Antena 1, afirmou que a "ideia de que a Santa Casa podia ter um papel [no sector financeiro] é uma ideia avançada pelo dr. Santana Lopes", antigo provedor da instituição.

 

Rio disse que "o que está em causa é a disponibilidade do anterior provedor da Misericórdia para meter dinheiro da instituição no sistema bancário".

 

"Num sistema bancário, carregado de imparidades, portanto, dinheiro para tapar buracos da banca, e com isso é que eu estou em profundo desacordo. Está mal, porque o dinheiro que é para o combate à pobreza não pode ser dinheiro para tapar buracos, de erros de gestão na banca", frisou.

 

Rio falou hoje no mesmo palco do cineteatro de Vila Pouca de Aguiar onde, em 2004, o então primeiro-ministro, Santana Lopes, fez o discurso do bebé na incubadora, um dos últimos que proferiu antes da dissolução do parlamento pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio.

 

Durante o seu discurso perante os militantes, o candidato disse que quer criar uma alternativa à coligação de esquerda e frisou que o PSD tem de "mudar de rumo".

 

Rio recordou os resultados nas eleições autárquicas desde 2005 e referiu que o partido tem sempre perdido câmaras.

 

"Não é falar mal do PSD", mas sim o "assumir da realidade" para reverter o rumo do partido, afirmou.

 

O ex-presidente da câmara do Porto disse recusar o "politicamente correto" e defendeu um "Portugal mais equilibrado".

 

"Há uma diferença entre palavras e actos. A minha especialidade são os actos e os actos são as melhores palavras que podemos ter e se lá chegarmos irão ver que haverá mais actos relativamente à coesão territorial", afirmou.

 

Para já, Rui Rio disse que o partido "já ganhou" porque nas diversas sessões desta campanha, quer suas quer de Santana Lopes, os militantes "têm aparecido".

 

"Há uma vitória do PSD que é esta ampla participação dos militantes", sublinhou.

 

As eleições directas para eleger o novo presidente do PSD realizam-se no sábado, dia 13.

 

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