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Rio não se opõe a Costa Silva mas não quer tê-lo como interlocutor
O presidente social-democrata garante que "o PSD não tem rigorosamente nada contra, nem a favor, que o Governo ausculte quem quer que seja" na preparação do plano de retoma da economia, contudo quer ter o Executivo como interlocutor e não Costa Silva.
Rui Rio não se opõe a que António Costa Silva, CEO da petrolífera Partex, coordene a preparação do enquadramento estratégico em que deverá assentar o plano de recuperação económica nacional na sequência da pandemia.
"Não tenho rigorosamente nada contra, nem a favor, que o Governo ausculte quem quer que seja", declarou o presidente do PSD em declarações reproduzidas pela CMTV.
"O PSD não tem rigorosamente nada a ver com isso", acrescentou o presidente social-democrata que também nada tem a opor a que Costa Silva venha a participar em reuniões entre o Governo e os sociais-democratas no âmbito da preparação da retoma.
Contudo, Rui Rio faz questão de frisar que não aceitará ter António Costa Silva como interlocutor nas discussões com o Executivo socialista.
O mais relevante para Rio é que o plano seja um bom plano: "Vamos ver o que vai sair desse plano", diz mostrando-se admirado com o facto de ontem, na entrevista concedida à RTP, Costa Silva ter defendido que a atual crise mostrou como é importante ter o Estado mais presente na economia.
"Aquilo que precisamos é justamente menos Estado, não é só na economia, é no nosso dia a dia", prosseguiu Rio notando que o programa que o PSD dará a conhecer esta semana irá no sentido contrário: "Assenta muito mais na atividade privada e no investimento privado" do que em mais Estado, assegurou.
Rio acredita que o líder da antiga petrolífera da Gulbenkian não será ministro no futuro próximo, desde logo fazendo fé nas respostas dadas na RTP. É esperada uma remodelação governativa em meados de julho com a saída do ministro Mário Centeno das Finanças.
Em reação à escolha feita pelo primeiro-ministro para a coordenação do programa de retoma, que deverá estar fechado antes ainda da aprovação do orçamento retificativo, partidos como o Bloco de Esquerda, PCP e CDS mostraram-se em desacordo e garantiram que não negociariam com Costa Silva.