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Rio desvaloriza “desgraça completa” do PSD nas sondagens
“Já estava preocupado com o Boavista poder descer de divisão”, ironiza o líder do PSD após nova quebra nas sondagens. Jardim pede ao partido para "acordar", Rio responde que não faz oposição “aos gritos e aos insultos”.
Rui Rio desvalorizou o fosso de 16,2 pontos percentuais que separa o PSD do PS na mais recente sondagem da Intercampus para o Negócios e o CM/CMTV, que é a maior distância entre os dois partidos desde maio do ano passado e que coloca os social-democratas no nível mais baixo desde, pelo menos, as eleições legislativas de outubro de 2019.
"É uma coisa que me está a correr muito mal. Já estava preocupado com o Boavista poder descer de divisão e agora ainda vem esta sondagem [cair] em cima de mim. É uma desgraça completa", ironizou o presidente do PSD, em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao novo Museu do Holocausto, no Porto.
No dia em que o Alberto João Jardim escreve que o PSD nacional tem de "acordar", "mudar já" e "não esperar pelos resultados das eleições autárquicas", o líder do partido recusou alongar-se em comentários. Disse apenas que "respeita" todas as opiniões, "desde que as ideias expressas sejam sentidas e genuínas, como é o caso", fazendo o contraponto com os comentadores televisivos "com agenda" e que "não merecem credibilidade".
Nesse artigo de opinião publicado no Jornal de Madeira, o antigo presidente do Governo Regional condena "o sentimentalismo de o PSD ter confundido 'patriotismo' com o 'não fazer ondas' nesta época de crise". "Quando precisamente é necessária uma oposição efetiva, a tempo de corrigir os muitos erros, a tempo de acautelar a correta resolução dos problemas gravíssimos que aí vêm, a tempo de reformar o sistema político", acrescenta Jardim.
Ora, Rui Rio sustentou que "ajusta aquilo que é o posicionamento do PSD face às circunstâncias em cada momento", recordando as críticas recentes feitas pelo maior partido da oposição nos dossiês de Odemira, do Novo Banco ou das barragens vendidas pela EDP, em que havia "razões para criticar" o Executivo liderado por António Costa.
"É assim que se faz a gestão política. (…) Vamos apontando os erros e alternativas em cada dossiê em concreto. De cada vez que se nota que a degradação da governação socialista se está a apurar, apuramos também nós a nossa oposição. Mas nunca me vão ver aos gritos e aos insultos, esse não é o meu estilo", concluiu o líder laranja.