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Rio acusa governo de fugir às responsabilidades na TAP e abrir "precedente muito grave"

O líder do PSD está contra a intenção do Governo de levar o plano de reestuturação da TAP a votação no Parlamento.

Rio diz que entendimento é regional mas reafirma que se o Chega se moderar poderá haver acordo nacional.
José Coelho/Lusa
09 de Dezembro de 2020 às 16:27
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Rui Rio criticou o Governo por pretender levar a votação do plano de reestruturação da TAP a votação no Parlamento.

 

Com esta opção, segundo o líder do PSD, o Executivo de António Costa está a "abrir um precedente muito grave", ao mesmo tempo que foge "às suas responsabilidades".

 

"Por esse caminho, poderemos ter qualquer matéria governamental a ser votada em plenário, com todas as consequências daí decorrentes", refere Rui Rio na sua conta no Twitter.

 


No domingo, no seu espaço de comentário na SIC, Marques Mendes disse que o Governo vai levar a debate no parlamento o plano de reestruturação da TAP e que se este for chumbado a companhia aérea vai para liquidação.

Na segunda-feira, fonte da direção do PSD disse que o grupo parlamentar social-democrata foi informado pelo Governo da intenção do Executivo de levar o plano de reestruturação da TAP a debate na Assembleia da República.

Questionada pela Lusa, fonte da direção do PSD adiantou que a intenção do Executivo de levar o plano de reestruturação da TAP a debate no parlamento foi transmitida pelo Governo não ao presidente do partido, Rui Rio, mas sim "ao grupo parlamentar, através de um deputado" da bancada laranja.

Contudo, Bruno Dias, do PCP, disse no fim da reunião desta quarta-feira com o Governo que a votação do plano na Assembleia da República não está colocada neste momento. E João Gonçalves Pereira, do CDS-PP, adiantou que a decisão do Governo de submeter o plano ao Parlamento ainda não está tomada.

O Governo aprovou na última noite o plano de reestruturação da TAP que prevê a injeção de mais 1,8 mil milhões de euros na companhia aérea até 2024, que será alvo de corte de postos de trabalho e reduções salariais.

O Governo começou esta quarta-feira de manhã as reuniões com os vários partidos com assento parlamentar para apresentação do plano de reestruturação desenhado para a TAP. Para quinta-feira está agendada, para já, a reunião com o PSD.

A apresentação do plano de reestruturação da TAP à Comissão Europeia até quinta-feira é uma exigência da Comissão Europeia, pela concessão de um empréstimo do Estado de até 1.200 milhões de euros, para fazer face às dificuldades da companhia, decorrentes do impacto da pandemia de covid-19 no setor da aviação.

O plano prevê o despedimento de 500 pilotos e 750 trabalhadores de terra, assim como a redução de 25% dos seus salários, divulgaram os sindicatos que os representam.

O Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC) e o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) apelaram ao Governo que negoceie com Bruxelas o adiamento da apresentação do Plano de Reestruturação da TAP, denunciando que este está baseado em previsões de mercado "completamente desatualizadas".

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