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PS pede aos partidos da esquerda "responsabilidade" nas propostas de alteração ao Orçamento

Carlos César espera que todos os partidos, "em particular daqueles que apoiaram a investidura do Governo - e que apoiam o Governo, caso do PS -, assumam todas as responsabilidades".

Negócios 21 de Novembro de 2018 às 17:39
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O líder parlamentar do PS pediu hoje "responsabilidade" e "racionalidade", sobretudo aos parceiros de esquerda, em relação às mil propostas de alteração ao Orçamento, alegando estarem em causa "milhares de milhões de euros" de acréscimo de despesa.

 

Carlos César transmitiu este apelo numa conferência de imprensa, na Assembleia da República, destinada a apresentar o programa das Jornadas Parlamentares do PS, que se realizam entre sexta-feira e domingo, no Algarve.

 

Interrogado sobre como está a bancada socialista a preparar o debate e as votações na especialidade da proposta de Orçamento para 2019, Carlos César começou por referir que "confia muito" na aprovação final global da proposta do Governo.

 

"Mas, evidentemente, temos algumas preocupações em relação a muitas das votações que decorrerão na especialidade. Quando existe quase um milhar de propostas de alteração ao Orçamento, é inverosímil que se conheça o desfecho de todas essas propostas", referiu.

 

De acordo com o presidente do Grupo Parlamentar do PS, espera-se de todos os partidos, "em particular daqueles que apoiaram a investidura do Governo - e que apoiam o Governo, caso do PS -, que assumam todas as responsabilidades".

 

"Nesse sentido, confiamos nos partidos em geral: É preciso que haja racionalidade e sentido de responsabilidade. Se fizermos as contas a todas essas propostas de alteração, estamos em presença de milhares de milhões de euros de acréscimo de despesa", advertiu.

 

Neste contexto, Carlos César salientou que "não seria possível aprovar essas propostas com um mínimo de racionalidade e de sentido de responsabilidade".

 

"Falamos com todos os partidos políticos, em especial com aqueles com que temos maior proximidade no quadro desta legislatura", acrescentou, numa alusão ao Bloco de Esquerda, PCP e PEV.

 

Relações com Costa são cada vez melhores

 

O líder parlamentar do PS afirmou hoje que, quanto mais os anos passam, melhores são as suas relações com o primeiro-ministro e frisou que está para ficar na liderança da bancada até ao fim da legislatura.

 

Palavras proferidas por Carlos César depois de questionado sobre o actual estado das suas relações pessoais e políticas com António Costa, após a direcção da bancada socialista e o Governo ter entrado em divergência por causa do IVA a aplicar à tauromaquia no âmbito do Orçamento do Estado para 2019.

 

"Quanto mais anos passam melhor é essa relação. Ainda mais" [nesta fase final da legislatura], respondeu o presidente do Grupo Parlamentar do PS.

 

Carlos César foi a seguir questionado se, tendo em conta os recentes episódios em torno da questão do IVA das touradas, espera cumprir o seu mandato de presidente do Grupo Parlamentar do PS até ao fim da presente legislatura.

 

O líder da bancada socialista soltou então um breve riso e comentou: "Essa não me tinha ocorrido".

 

"Acho que pergunta é muito criativa, mas não me tinha ocorrido semelhante coisa. Aqui estou para ficar, claro", disse.

 

Nesta conferência de imprensa destinada a apresentar o programa das Jornadas Parlamentares do PS, que se realizam entre sexta-feira e domingo, no Algarve, Carlos César falou também sobre a forma como concebe a autonomia da bancada socialista, depois de questionado sobre a razão da ausência de ministros durante aqueles três dias de trabalho político das jornadas.

 

O presidente do Grupo Parlamentar do PS começou por apontar que ao início da tarde de sábado, em Portimão, discursa António Costa: "O melhor dos ministros, o nosso primeiro-ministro".

 

Depois, deste comentário, Carlos César referiu a forma como concebe dos pontos de vista político e institucional as jornadas parlamentares da sua bancada.

 

"Estamos a fazer Jornadas Parlamentares, não estamos a fazer um Conselho de Ministros. Portanto, enquanto eu for presidente do Grupo Parlamentar, é de parlamentares que eu trato", salientou perante os jornalistas.

 

Questionado se essa posição não demonstra distanciamento em relação ao executivo, o líder da bancada do PS contrapôs que esse mesmo princípio "apenas mostra que o Grupo Parlamentar trabalha no âmbito parlamentar, em conjugação com o Governo".

 

"Nós somos o partido do Governo", acrescentou Carlos César.

 

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