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Presidente diz que não é "preciso explicar" ao Papa "a vocação universal dos portugueses"

O encontro entre o Presidente português e o Papa Francisco consistiu, para Marcelo, num "momento muito bonito e mesmo emocionante", no qual o Santo Padre demonstrou que "percebe a vocação universal dos portugueses".

Reuters
17 de Março de 2016 às 13:08
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Foi visivelmente satisfeito que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, explicou esta quinta-feira, 17 de Março, aos jornalistas presentes no Vaticano a forma como decorreu a audiência privada com o Papa Francisco, naquela que foi a primeira visita oficial do recém-empossado Chefe de Estado.

 

Marcelo Rebelo de Sousa revelou que os cerca de 30 minutos que durou a conversa com o Santo Padre representaram um "momento muito bonito e mesmo emocionante e, depois, um momento muito estimulante intelectualmente".

 

Entre aquilo que pôde confidenciar, Marcelo revelou que o Papa demonstrou que "percebe a vocação universal dos portugueses – não é um fenómeno que seja preciso explicar" e que "conhece a realidade de Portugal e a realidade de Fátima".

 

Já em relação ao convite endereçado por Marcelo ao Chefe da Igreja para visitar Portugal em 2017, durante as celebrações das aparições de Fátima, o Presidente português garantiu que "neste momento entendo que não posso acrescentar nada". Mas acrescentou sobre o seu próprio estado de espírito. Marcelo garante ter saído "muito feliz da audiência" que começou poucos minutos depois das 10:00, em Roma.  

 

Num encontro em que falou sobre a forma como "vê Portugal e os portugueses", Francisco disse também ao Presidente, durante a audiência, que "a missão dos políticos é construir a paz". Marcelo Rebelo de Sousa apontou depois outros tópicos da conversa mantida com Francisco, como, por exemplo, a partilha da "preocupação com a paz no mundo, ligada ao desenvolvimento económico-social, justiça em relação às pessoas e em relação às pessoas que não têm paz".

 

Marcelo especificou depois que entre estas pessoas "que não têm paz" incluem os "refugiados", lembrando que é fundamental perceber, especialmente numa altura em que tem lugar, em Bruxelas, uma cimeira entre a União Europeia (UE) e a Turquia para tratar este tema, "como é que a UE, fiel às suas raízes, valores e princípios, vai lidar com o fenómeno dos refugiados".

 

Sobre esta questão, Marcelo fez questão de notar que "tenho dito, e certamente isso foi hoje lembrado [na audiência com o Papa], que Portugal tem sido exemplar. Em termos proporcionais tem sido o primeiro a receber refugiados e em termos absolutos o terceiro". Ainda na última quarta-feira, o primeiro-ministro português, António Costa, disse que visitará em breve a Grécia para conversar com o seu homólogo grego, Alexis Tsipras, sobre o problema dos refugiados.

 

Por fim, o Presidente falou ainda sobre os presentes oferecidos ao Santo Padre. Além de um conjunto de seis paramentos desenhados por por Siza Vieira com alusões aos tempos litúrgicos, Marcelo confidenciou ter oferecido também um "presente pessoal, meu e afectivo", e que consiste num "dos mais bonitos" registos da colecção privada do agora Presidente, no caso um alusivo ao "Santo António de Lisboa". 

Já Francisco, que falou com Marcelo em castelhano, ofereceu ao chefe do Estado português versões portuguesas da encíclica "Louvado sejas" e a exortação apostólica "Alegria do Evangelho", dois importante documentos do pontificado do actual Papa, que ofereceu ainda um medalhão com dois ramos de oliveira entrelaçados, explicando que a oliveira é o sinal da paz.

O Presidente da República segue ainda esta quinta-feira para Madrid, onde será recebido pelo rei de Espanha, Felipe VI, uma reunião, na qual participarão também altos funcionários de ambos os países, que servirá para analisar as relações bilaterais Portugal-Espanha. Felipe VI esteve na semana passada em Lisboa para assistir à tomada de posse de Marcelo como Presidente.

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