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Presidente da República avisa que política é feita de "más notícias"

  O Presidente da República avisou hoje, na inauguração da sede de uma banda de Colares, em Sintra, que a política é feita sobretudo de "más notícias" e que a realidade consiste em saber transformá-las em notícias positivas.

Uma tomada de posse ao ritmo de festa popular: Tomou posse e assegurou desde logo que se comprometia a ser um Presidente de 'todos sem excepção', 'nem a favor, nem contra ninguém'. Chegou oficialmente ao cargo com a certeza de ser um Chefe de Estado que recolhia enorme popularidade - uma sondagem publicada dia 9 de Março dava conta de que quase 90% dos portugueses lhe antecipavam uma melhor prestação face ao seu antecessor. Entrou no Palácio de Belém ao ritmo de uma festa popular, que se 'prolongou' por três dias e terminou com um banho de multidão na cidade do Porto. Aberto a receber beijos e abraços, o Presidente dos 'afectos' deu assim início ao seu mandato.
Bruno Simão
21 de Dezembro de 2016 às 16:30
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"A política é feita de dez notícias más por dia e duas ou três boas. Mais ou menos, é a média. Dez, basta abrir aliás os jornais noticiosos para percebermos isso", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

 

O chefe de Estado, que falava na inauguração da nova sede da Banda dos Bombeiros Voluntários de Colares, acrescentou que por vezes as más notícias "ocupam todos os jornais noticiosos, mas existem".

 

"É um atentado ali, é o desrespeito por uma vida humana acolá, é um drama social mais adiante, e como isto já não há distância nós sentimos isso naturalmente como nosso. E depois há umas boas notícias, aqueles que conseguiram autocarros para ir buscar gente a Allepo, aqueles que estão no terreno a lutar para que haja paz e estabilidade", frisou.

 

O Presidente da República apontou ainda como exemplo de boa notícia a visita que esta tarde fará ao quartel da Carregueira, onde assinalará a "despedida de uma força militar portuguesa que vai para o centro de África, para ajudar a estabilizar uma realidade que parece longíssimo", mas que está perto.

 

"Quem quiser fazer politica só com boas notícias o melhor é dedicar-se a outra actividade comunitária", salientou Marcelo Rebelo de Sousa, considerando que entre as notícias positivas estão os 125 anos da banda de Colares.

 

Segundo o Presidente, qualquer aspirante a político "tem de ajudar a transformar más notícias em boas notícias, mas tem de saber que elas existem, para ser realista".

 

"Isto é o Portugal profundo, pode parecer estranho, porque não é muito longe de Lisboa, não é muito longe dos corredores clássicos do poder central, mas é Portugal profundo e o manter-se Portugal profundo é uma riqueza", salientou Rebelo de Sousa.

 

O Presidente vincou a importância do país se abrir ao mundo, mas ao mesmo tempo saber "preservar as suas raízes", notando que a banda de Colares, com muitos jovens, "não é uma instituição do passado, é uma instituição do futuro".

 

O edifício da antiga escola primária de Colares foi hoje inaugurado, por Marcelo Rebelo de Sousa, como a nova sede da Banda dos Bombeiros Voluntários de Colares, que comemorou 125 anos no passado dia 1 de Novembro.

 

O chefe de Estado referiu ainda a curiosidade de estar a inaugurar a sede da banda no edifício da antiga escola primária, inaugurada em 1958 pelo seu pai, Baltazar Rebelo de Sousa (1921-2002), que desempenhou funções de subsecretário de Estado da Educação Nacional.

 

Além do descerramento da placa inaugural, Marcelo Rebelo de Sousa assistiu à largada de 125 balões, alusivos ao aniversário da banda, por crianças do Centro Social Paroquial de Colares.

 

O Presidente distribuiu beijos e cumprimentos pelos habitantes, assistiu à actuação da banda e não faltaram as habituais 'selfies' e fotos com os populares e representantes das entidades locais.

 

O presidente da autarquia, Basílio Horta (PS), agradeceu ao chefe de Estado a visita a "uma das joias" do concelho, que é também "onde Sintra se reflecte enquanto sítio Património da Humanidade".

 

O autarca explicou que a câmara tem vindo a entregar o património municipal abandonado a instituições do concelho para que possam prosseguir com a sua actividade nas áreas social e cultural.

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