Notícia
Passos não quer "política de um passo à frente para dar dois passos atrás logo a seguir"
A muito aguardada apresentação do programa eleitoral da coligação Portugal à Frente foi marcada por várias bicadas ao PS e ao seu programa "radical". PSD e CDS propõem "moderação", "segurança" e "mais possibilidades para os portugueses".
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O primeiro-ministro apresentou esta noite o programa eleitoral da coligação Portugal à Frente, e dramatizou o apelo ao voto no PSD e no CDS. Para Passos Coelho, a escolha está entre um programa que "é realizável", que "não é uma aventura", e os portugueses "sabem que nunca trocamos as possibilidades reais de resolver os problemas por uma quimera de votos ou resultado eleitoral".
Se não for a coligação a vencer, e com maioria, de preferência, estará de regresso "uma política económica, financeira e social que comprometeu o futuro e estava errada", avisou Passos Coelho. E só se a coligação ganhar é que será possível mostrar "que o que aconteceu nestes quatro anos não foi obra do acaso mas do esforço de todos em ultrapassar os problemas".
"Não queremos uma política de um passo à frente para dar dois passos atrás logo a seguir", garantiu Passos Coelho, novamente com o PS na mira. E tal como em 2013, quando os portugueses perceberam que "o futuro do nosso Governo estava ligado ao futuro de Portugal", o primeiro-ministro afirma que "voltamos a estar nessa circunstância: o futuro do
país dependerá decisivamente das escolhas nas próximas eleições".
Este Governo "fez história", prosseguiu Passos. Não só porque concluiu o resgate mas também porque é o primeiro de coligação a chegar ao fim. E "quem resolve o passado é quem tem a chave do futuro". Já "os que teimam em não aprender com o passado, que se obstinam em propor ao país mais do mesmo que o país conheceu, esses evidentemente estão condenados a repetir os mesmos erros".
Portugal, um dos países com maiores desigualdades na Europa
Sobre as propostas da coligação, Passos Coelho sustentou que é necessário manter o "rumo de crescimento da nossa economia, de aposta no investimento, porque é pelo reforço da competitividade da economia e empresas que vem a geração de emprego". Reafirmou que vai ser devolvida a sobretaxa de IRS, os cortes na Função Pública serão também repostos e vão ser concedidos mais apoios às famílias com filhos e idosos a cargo.
Passos Coelho insistiu que Portugal continua a ser um país muito desigual, uma circunstância que, garantiu, já se verificava antes da crise e que não foi intensificada nesta legislatura. Mas que é necessário corrigir.
"Por isso apresentamos um programa de desenvolvimento social, que permite a todos uma verdadeira igualdade de oportunidades, para podermos corrigir esta injustiça profunda de um país que está na moeda única e na União Europeia, e que ao fim desses anos e de tantos apoios continua a ser um dos países com maiores injustiças e desigualdades sociais na Europa", prometeu. "Temos de inverter essa situação."