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Passos afasta-se porque nova liderança tem "melhores possibilidades de sucesso"

O ex-primeiro-ministro lembrou que "gosto de assumir responsabilidades" e sustentou que a sua permanência como presidente do PSD não permitira ao partido afirmar uma nova liderança que Passos considera que terá "melhores possibilidades de progressão e de sucesso do que uma que eu pudesse encabeçar”.

Bruno Simão
03 de Outubro de 2017 às 21:33
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Pedro Passos Coelho foi ao Conselho Nacional social-democrata explicar que decidiu não se recandidatar à liderança do PSD porque considera que uma nova liderança terá mais condições de sucesso. O ex-primeiro-ministro recusou, contudo, calar-se daqui para a frente mas deixou garantias de "lealdade" a seja quem for que o substitua na liderança do partido. 

Depois de recordar que "gosto de assumir responsabilidades", Passos Coelho explicou não ter apresentado a demissão para não deixar o partido "em gestão", notando que em Abril dissera que não se demitiria mesmo com um mau resultado nas eleições locais.

Seja como for, na liderança ou fora dela, Passos garante que não desiste "de nenhuma das minhas ideias para o país" e, nesse sentido, promete continuar a ajudar o partido da "melhor forma que souber".

E se Santana Lopes, quando deixou a liderança do partido já depois de ter sido "apeado" de primeiro-ministro, disse que iria "andar por aí", Passos Coelho prefere afiançar que "não ficarei cá a rondar" e promete "lealdade" ao seu sucessor na presidência do PSD. 

Na parte da intervenção em que justificou a decisão de se afastar, Passos notou que as eleições autárquicas implicam uma leitura nacional. "As eleições têm sempre leitura e significado nacional", sustentou que o "mau resultado" registado pelos social-democratas "também responsabiliza e penaliza a liderança nacional".

De seguida defendeu que não se recandidata por considerar que as actuais "circunstâncias políticas" são favoráveis à "afirmação de uma nova liderança no PSD" e concluiu dizendo que uma nova direcção tem "melhores possibilidades de progressão e de sucesso" do que uma solução "que eu pudesse encabeçar".

Mesmo reconhecendo que "teria argumentos para disputar a liderança interna" nas directas previstas para o início do ano - Passos mostrou-se disponível para antecipar as eleições internas para Dezembro - o ainda presidente do PSD referiu que tal possibilidade não permitiria superar aquele que identifica como "o principal problema" do partido:

"Se eu permanecesse vitorioso à frente do PSD, em vez de estar a construir uma alternativa de governo, estaria em permanência a combater o preconceito e a ideia feita de que estava agarrado ao poder do partido e a resistir ceder o lugar a quem tem melhores ideias e melhores estratégias para levar o partido a melhor porto."
 

"Resultado pesado" para o PSD mas outros "foram varridos"

 

O líder social-democrata gastou boa parte da mensagem dirigida ao Conselho Nacional mas também aos portugueses para tratar os resultados eleitorais obtidos pelo PSD no domingo.

 

Quis começar por "confessar a surpresa com o resultado das eleições", admitindo que ter sido um desfecho que "esperasse". Todavia, Passos quis frisar que, dois dias depois das eleições, é já possível dizer que, afinal, o resultado do PSD não foi "tão pesado como se pintou".

 

"Creio que o resultado foi pesado e isso é ineludível", reconheceu lembrando ser apenas comparável em presidências de câmara com as autárquicas de 1982 que, um ano depois, culminaram com a queda do Governo da AD.

 

No entanto, Passos não se deixa ficar sozinho no lado dos derrotados, uma vez que "pode dizer-se que outros tiveram um pior resultado do que nós, que praticamente foram varridos". Falava claramente da CDU (PCP e Verdes) mas para que não restassem dúvidas, o presidente do PSD ironizou afirmando que "o PCP perdeu muito mas acha que há outras coisas que compensam essas perdas".

 

(Notícia actualizada às 22:15)
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