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Montenegro quer ser líder do PSD por 12 anos

O antigo líder parlamentar social-democrata formalizou a candidatura à presidência do PSD com o objetivo de promover uma "alternativa não socialista para governar Portugal". Num discurso que poderia ser facilmente subscrito pelo próprio Rui Rio, Luís Montenegro promete "um novo PSD fiel à sua matriz social-democrata, personalista, humanista [e] meritocrática".

Lusa
10 de Novembro de 2019 às 18:29
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Luís Montenegro quer bater o recorde de Cavaco Silva e ser o líder mais longevo da história do PSD. Na formalização da candidatura à presidência do partido, feita, em Lisboa, num evento com diversos apoiantes, o antigo líder parlamentar social-democrata assumiu a intenção de liderar a oposição nos próximos quatro anos, ao longo dos quais pretende construir uma "alternativa não socialista para governar Portugal", para conquistar o poder e ser primeiro-ministro nos oito anos seguintes. 

Respondendo às dúvidas dos portugueses sobre a importância das eleições internas do PSD, Montenegro sustentou que os militantes sociais-democratas "vão escolher quem será o candidato mais bem posicionado" para disputar o poder com o PS. "É por isso que esta eleição diz respeito a todos os portugueses", proclamou.

O ex-deputado garante total "compromisso" e "determinação" em "dar mais 12 anos" da sua vida de "decidicação a Portugal", assumindo "a responsabilidade de liderar a oposição nos próximos quatro anos" e de "liderar o Governo nos oito anos que se vão seguir a esses quatro anos". Ou seja, Montenegro acredita que o atual Executivo socialista vai cumprir a legislatura agora iniciada e crê que vencerá as duas legislativas seguintes.

E para quem pergunta de que serve o PSD, Montenegro disse que é a resposta a essa pergunta que o leva a avançar para a liderança do partido. Nessa resposta está a pretensão de criar condições para "um país com mais prosperidade, mais justiça, mais cultura e mais igualdade de oportunidades" para, em suma, "dar ao país uma alternativa não socialista". "O PSD está aqui para construir o futuro de Portugal", rematou.

O rival de Rui Rio prosseguiu depois com a descrição do posicionamento ideológico que pretende imprimir ao partido se for eleito líder, a qual poderia ser também facilmente subscrita pelo atual presidente social-democrata. Luís Montenegro promete "um novo PSD, fiel à sua matriz social-democrata, personalista, humanista [e] meritocrática", capaz de "representar os setores mais dinâmicos da sociedade e recrutar nela os melhores exemplos" e, acima de tudo, um partido capaz de ser o "representante máximo da classe média" e com vontade de "melhorar a sua condição".

Aludindo à troca de galhardetes com Rio a propósito do slogan de campanha da candidatura de Montenegro, o rival do atual presidente afirmou que "a força que vem de dentro do PSD é o sonho que nos move". Rui Rio disse que, ao invés de Montenegro, a sua força vem de fora do PSD.

Numa aparente intenção de renovar o partido, e seguindo a "tradição interclassista" do PSD, Montenegro quer chamar "os melhores" e promover um "melhor equilíbrio e complementaridade entre o setor público, privado e social". O social-democrata quer ainda afirmar o PSD como um "espaço de moderação" onde não haja espaço para "sectarismo, extremismo e populismo" porque "divergir não é odiar".

Esta sexta-feira, o Conselho Nacional do PSD aprovou a marcação de eleições diretas para 11 de janeiro de 2020, às quais se seguirá o congresso (de 7 a 9 de fevereiro) que entronizará o vencedor da disputa interna. Além de Montenegro e Rui Rio, também o vice-presidente da câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, está na corrida à presidência do partido. 

(Notícia atualizada às 19:00)

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