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Marques Mendes: IVA das touradas “revela mal-estar entre António Costa e Carlos César”

O comentador político considera que Carlos César "exibiu o seu peso político para fazer um aviso" ao primeiro-ministro António Costa.

# Porque Desce - Luís Marques Mendes perdeu algumas posições no 'ranking' do Negócios, sem que isso se traduza numa erosão do seu poder de influência, sobretudo nas instâncias políticas. A sua força emana sobretudo da presença mediática, através do programa que tem na SIC, em sinal aberto, que lhe dá o estatuto de comentador com maior raio de alcance. A sua capacidade em antecipar em primeira mão algumas informações revela bem a proximidade que sabe manter com o Governo de António Costa.
Pedro Catarino
18 de Novembro de 2018 às 21:11
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O comentador político Marques Mendes considerou este domingo, 18 de Novembro, que a polémica em torno do IVA nas touradas revela que existe um mal-estar entre o primeiro-ministro António Costa e o líder da bancada socialista Carlos César. Isto porque o grupo parlamentar do PS apresentou uma proposta de redução do IVA da tauromaquia de 13 para 6%, contrariando a posição do Governo que pretende manter o IVA.

"Ao contrário do que foi dito, as posições contraditórias de António Costa e Carlos César não foram nem uma encenação nem uma descoordenação. Foram, sim, uma divergência deliberadamente assumida por Carlos César", afirmou Marques Mendes no seu comentário habitual na SIC. "Uma divergência deliberadamente assumida que tem na sua base três razões cumulativas: arrogância, mal-estar e peso político".

O comentador concretiza que "todo este lamentável episódio começou em mais um gesto de arrogância do Governo", no caso da Ministra da Cultura, que adiantou que não baixava o IVA da tauromaquia por razões de civilização. "A Ministra da Cultura exibiu uma enorme arrogância moral e intelectual. E isso gerou enormes anticorpos no PS e no seu Grupo Parlamentar", acrescentou Marques Mendes.

"Este episódio revela também que há algum mal-estar entre António Costa e Carlos César. Mal-estar que não é apenas por causa das touradas. Vem de trás. Se não existisse algum mal-estar anterior, Carlos César não teria feito o desafio que fez ao Governo. E, se o tivesse feito, teria avisado previamente António Costa. E porquê esse mal-estar? Porque o PM é useiro e vezeiro em tudo fazer e em tudo decidir sem "dar cavaco" a ninguém. E há pessoas que não apreciam esse estilo", afirmou o antigo líder do PSD.

Lembrando que este episódio de um líder parlamentar que desafia o líder do partido é "único", Marques Mendes diz que a situação "só é possível" porque Carlos César tem um enorme peso político.

"Só uma pessoa com grande peso político faz um desafio destes. E só uma pessoa com grande peso político obriga Costa a recuar. Sim, porque o PM já recuou. Anteontem, tinha dito que estas matérias exigem disciplina de voto. Ontem, recuou, dizendo que se congratulava com a liberdade de voto".

"Ou seja: Carlos César exibiu o seu peso político para fazer um aviso ao PM. Nada disto gera qualquer crise dentro do PS. Afinal, não passa de um arrufo entre camaradas. Mas é um sintoma de algum mal-estar", concluiu.

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