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Mário Nogueira: Costa quis evitar "vitória à poucochinho’" nas eleições

Entre críticas aos "acostumados à negociata em esconsos recantos", o líder da Fenprof acusa o primeiro-ministro de "repugnante oportunismo político" por abrir uma crise política para "estancar a lenta quebra visível em sondagens".

José Sena Goulão/Lusa
06 de Maio de 2019 às 09:50
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O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) queixa-se de "uma desprezível campanha contra profissionais que merecem ser tratados com consideração e respeito", na sequência da ameaça de demissão do Governo socialista se a contagem integral do tempo de serviço vier a ser aprovada no Parlamento. Esta segunda-feira, 6 de maio, Mário Nogueira vaticina num artigo de opinião no Público que um "Governo que não respeita os professores não tem futuro".

 

Desferindo um violento ataque ao PS, que "não tolerou que outros se entendessem" nesta matéria, o representante sindical dos professores insinua mesmo que, ao contrário da "negociação séria e transparente" evidenciada nas imagens dos deputados do PSD, CDS, BE e PCP na comissão parlamentar, os socialistas estão antes "acostumados à negociata em esconsos recantos, à farsa e ao recurso à chantagem como ‘estratégia negocial’". E arrisca até uma explicação eleitoral para a reação do primeiro-ministro.

 

"Impregnado do mais repugnante oportunismo político, Governo e PS optaram pela vitimização e, tentando virar os portugueses contra os seus professores, procuram atingir o que não conseguem de outra forma: estancar a lenta quebra visível em sondagens que apontam para uma vitória à ‘poucochinho’; tentar maioria absoluta nas legislativas para retomarem uma governação que os professores nunca esquecerão, pois esteve na origem das suas maiores manifestações de sempre", escreve Mário Nogueira, em referência ao primeiro mandato de José Sócrates entre 2005 e 2009.

 

O secretário-geral da Fenprof argumenta que "os 2 anos, 9 meses e 18 dias a recuperar em 2019, mas apenas pagos em 2020, são os mesmos que o Governo já havia reconhecido, só que sem implicações orçamentais em 2019, ao contrário da solução imposta pelo Governo". E os restantes 6,5 anos, continua, são os que o Governo estava obrigado a negociar por força de uma norma incluída nos dois últimos Orçamentos do Estado. "Violada a norma, compete ao Parlamento clarificá-la, não deixando margem ao Governo para interpretações criativas no futuro. Os partidos não se substituíram ao Governo, pois deixaram para negociação a recuperação desses 6,5 anos, aclarando as balizas", completa.

 

Num texto em que contesta vários números sobre salários médios, qualificações ou progressões, Mário Nogueira contesta ainda outro ponto central no debate político dos últimos dias, relacionado com a equidade entre profissões no Estado e a alegada discriminação face a outros grupos profissionais. "Os partidos limitaram-se a introduzir alterações num diploma legal do governo (DL 36/2019) que apenas se refere aos professores. Portanto, se alguém se esqueceu de outros foi o governo, que os deixou de fora para, arrumados os docentes, estender então a farsa negocial aos demais", conclui.

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