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Fenprof promete marcar campanha eleitoral com greves e ações de luta
A Fenprof afirmou hoje que pode avançar com ações de luta na rua, nos tribunais e com greve às avaliações, caso não seja aprovada nenhuma das propostas que consagre a contagem integral do tempo de serviço aos professores.
Caso nenhuma das propostas seja aprovada na Assembleia da República, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) promete que "a campanha eleitoral para as legislativas vai ser marcada em muitos locais pelo 9A 4M 2D [nove anos, quatro meses e dois dias - o tempo congelado]", disse o secretário-geral daquela organização sindical, Mário Nogueira, em conferência de imprensa em Coimbra.
Mário Nogueira avançou ainda com a possibilidade de uma greve dos professores às avaliações a partir de 06 de junho, sendo que o pré-aviso de greve pode ser entregue até 22 de maio.
Para 5 de outubro, Dia Mundial do Professor e um dia antes das legislativas, os professores também estarão nas ruas, vincou o dirigente sindical.
A Fenprof pretende ainda avançar com outras iniciativas para dar visibilidade à luta dos docentes, nomeadamente na Volta a Portugal de bicicleta.
"Vai ter escrito nas estradas não é 'Viva Gamito', é 9A 4M 2D", vincou, referindo que há também a possibilidade de avançar para os tribunais, nomeadamente contestando a discriminação dos professores do continente em relação à Madeira e aos Açores, em que todo o tempo de serviço congelado foi contado.
Durante a conferência de imprensa, Mário Nogueira apelou a uma "articulação" entre os cinco partidos com propostas para a contagem integral do tempo de serviço aos professores (PSD, CDS-PP, PCP, Os Verdes e BE).
"A pior solução das cinco propostas em cima da mesa era incomparavelmente melhor ao decreto-lei do Governo", que reconhece apenas dois anos, nove meses e 18 dias do tempo de serviço congelado, salientou.
Mário Nogueira deixou ainda várias críticas ao Governo e ao primeiro-ministro, António Costa, classificando de "lamentável" e "triste" o facto de o líder do executivo ter um discurso "destinado a isolar os professores e a pôr a população contra os professores".
"Nós não vamos baixar os braços. Os professores não vão desistir de lutar", asseverou, protestando ainda por nunca haver "dinheiro para quem trabalha".
O problema, notou, "é que quando é preciso dinheiro para a banca há aos milhares de milhões, quando é preciso dinheiro para alimentar as PPP (Parcerias Público-Privadas) há às centenas de milhões".
O dirigente sindical notou também incoerência na posição do PS no continente e na Madeira e nos Açores.
Na Madeira, onde o PS, sendo oposição, votou pela contagem integral e, nos açores, onde o PS tem a maioria absoluta no Governo Regional a consagração dessa medida "foi anunciada como grande medida para a região em 2019", frisou.
Mário Nogueira acusou ainda António Costa de estar a deturpar dados para "virar os portugueses contra os professores", nomeadamente nos números avançados sobre o custo da contagem integral do tempo de serviço.
"Um Governo que tenta virar os portugueses contra um setor profissional, na nossa opinião, não tem condições de governar. Os professores exigem ser respeitados", disse.